No século XIX já existiam os carros elétricos, eles tiveram grande sucesso até 1915, ano em
que surgiu o modelo Ford T com o motor de combustão interna que passou a ser regra na
indústria automobilística. Os carros elétricos são silenciosos e podem ser muito rápidos, não
expelem fumaça e não consomem gasolina e tem a vantagem de seu combustível estar
disponível em nossas casas. Se os carros elétricos forem recarregados com eletricidade
proveniente de fontes de energias renováveis reduzem as emissões de carbono para menos
de 1% daquelas atualmente geradas pelos motores de combustão interna (a gasolina). Outra
vantagem dos motores movidos a bateria é que a eletricidade é muito mais barata que a
gasolina. Alguns estudos indicam que um carro elétrico típico gasta apenas R$ 1,70 para
percorrer para percorrer a distância de 70 km. Isso quer dizer que o custo do quilômetro
rodado é de 2,43 centavos de real. Se fizermos a comparação com um carro econômico que
usa gasolina o custo é de 18,67 centavos de real por quilômetro rodado. Quase todas as
baterias recarregáveis dos carros elétricos podem ser recicladas, isso quer dizer que as
baterias velhas não se transformam simplesmente em lixo.
Em 1974 enquanto a nível mundial os carros elétricos só figuravam em projetos futuristas, no
Brasil o engenheiro João Conrado do Amaral Gurgel concluiu o projeto do primeiro carro
elétrico da América Latina. A proposta de Gurgel foi uma resposta à crise do petróleo do ano
anterior que fez com que houvesse desabastecimento e aumento dos preços dos combustíveis
fósseis. O carro elétrico de Gurgel era o Itaipu, tinha o formato de um trapézio sobre rodas,
com carroceria de fibra de vidro. O Itaipu comportava 2 pessoas, tinha 2,65 metros de
comprimento e 1,40 de largura. Atrás dos assentos, havia cerca de 1 metro de espaço, que
podia levar a bagagem. No painel tinha um velocímetro, um amperímetro e um voltímetro que
indicava a carga disponível na bateria. Três baterias ficavam na frente, duas atrás dos bancos
e mais cinco na traseira. O Itaipu chegava a cerca de 50 km/h com uma autonomia de 60 a 80
quilômetros. Essa ideia infelizmente não prosperou e Gurgel caiu diante das poderosas
montadoras multinacionais e de governos comprados por essas montadoras.
O carro elétrico possui algumas desvantagens tais como o tempo necessário para recarregar
as baterias e o peso das mesmas. Essas “desvantagens” no entanto podem ser superadas
com investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. O fato é que hoje
diante dos malefícios causados pelo aquecimento global o carro elétrico é uma importante
alternativa. Para saber por que os carros elétricos não se popularizaram assistam ao
documentário estadunidense: Quem matou o carro elétrico? Você obterá as respostas para
essa pergunta que não quer calar.
O tema Aquecimento Global continua na próxima semana.
Adriano Ferrarez, é professor de Física do IFF Campus Itaperuna
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