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sexta-feira, 8 de abril de 2011
Aquecimento Global: O que você tem a ver com isso? (Parte V)
A nível mundial o setor de transportes consome 61,2% dos derivados de petróleo. No Brasil, o óleo diesel representa 97% do combustível usado no transporte rodoviário. Mas nos primórdios da indústria automobilística os motores funcionavam com biocombustíveis. Em 1898, Rudolph Diesel, inventor do motor a diesel utilizou óleo de amendoim para demonstrar o funcionamento de seu motor. Atualmente a associação dos óleos vegetais com o álcool em um processo químico de transesterificação fornece um novo combustível: o biodiesel. Esse combustível representa mais uma oportunidade para o Brasil se consolidar como liderança no setor dos combustíveis renováveis. O biodiesel foi descoberto, há 34 anos, pelo professor Expedito Parente da Universidade Federal do Ceará (UFC). De acordo com Parente ele estava debaixo de um ingazeiro, bebericando uma cachaça
quando teve uma idéia: extrair óleo de sementes, misturá-lo com álcool e, após algumas reações químicas, obter um combustível. Essa história se parece com a maçã na cabeça de Newton.
A utilização do biodiesel em substituição da gasolina e do óleo diesel representa considerável redução na emissão de gases de efeito estufa (GEE). Nossos veículos podem ser adaptados para rodar com o chamado B100 (100% de biodiesel). Com o uso do biodiesel puro reduz-se as emissões de monóxido de carbono (CO) em 48%, de material particulado (MP) em 47%, do óxido de enxofre (SOx) em praticamente 100% e dos hidrocarbonetos totais (HC) em 67%.
As principais matérias-primas para a produção do biodiesel são a mamona, o pinhão-manso, o girassol, o nabo forrageiro, a soja, o babaçu e a palma. O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) tem por objetivo implantar um programa energético auto-sustentável. A produção e uso do biodiesel no Brasil, de acordo com o PNPB, considera o aproveitamento das oleaginosas de acordo com as diversidades regionais, a segurança para o abastecimento do novo combustível, a garantia de qualidade para o consumidor e a busca de competitividade frente ao diesel de petróleo. Além disso, o biodiesel é um importante veículo de inclusão social. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário a inclusão da agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel pode acarretar a geração de empregos para 250.000 famílias.
O solo da região Noroeste Fluminense já foi utilizado para uma pujante lavoura cafeeira que entrou em declínio na década de 50 do século passado. A pecuária leiteira e de corte veio substituir o café, mas esta atividade já apresenta sinais de descenso. Creio na possibilidade de utilizarmos o solo empobrecido de nossa região para a produção de uma cultura como o pinhão-manso com vistas a produção de biodiesel. Isso pode representar uma alternativa econômica para a agricultura regional, colaborando para o desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida da população.
Adriano Ferrarez, é professor de Física do IFF Campus Itaperuna
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