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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Evitando o Calor




A incidência de luz solar é o item que mais influencia o ganho térmico nas edificações, variando em intensidade de acordo com as aberturas e os materiais construtivos utilizados. Segundo Marcondes Ferraz, existem alguns casos em que a incidência dos raios de sol se dá quase perpendicularmente à fachada. Por vezes é necessário até mesmo obstruir essas aberturas por completo, bloqueando até mesmo a luz natural.

“Costumo dizer a meus clientes que o importante é controlar o excesso de radiação solar nos ambientes. Uma vez que o calor entrou, conter o avanço da temperatura acaba sendo muito mais trabalhoso. E bem mais custoso”, alerta Ricardo Julião. Como elementos de proteção, ele aconselha, além dos vidros de última geração, que filtram a luz, telhados com beirais pronunciados e brise-soleils.

Utilizados para impedir a incidência direta de radiação solar nos interiores de um edifício, os brises foram bastante explorados pela arquitetura modernista, onde aparecem construídos em concreto, madeira e alumínio. Normalmente formados por uma série de lâminas, móveis ou não, eles devem ser posicionados frente às aberturas. Quando móveis permitem aumentar (ou diminuir) a entrada dos raios solares no recinto.

“A insolação intensa é, aparentemente, a maior causa do desconforto térmico. Mas o problema, muitas vezes, começa bem antes”, afirma Marcondes Ferraz. “É preciso se ocupar do assunto ainda na fase de construção. Paredes de maior espessura, feitas de tijolos cerâmicos, são isolantes térmicos naturais. Para os telhados, é sempre interessante optar por forros, isolantes ou mesmo telhas térmicas”, pontua. Para as fachadas sujeitas à insolação intensa, ele aconselha a pintura em cores claras.

A curva dos ventos. Uma boa condição de ventilação é essencial para se atingir níveis satisfatórios de conforto nos interiores. O deslocamento do ar através de aberturas – umas funcionando como entrada, outras como saída – pode, desde que bem planejado, proporcionar resfriamento adicional aos ambientes. “É interessante sempre trabalhar com a ventilação cruzada, prevendo a circulação do ar de acordo com a posição das aberturas e o regime de ventos do local – convergentes para uso nos meses mais quentes, mas com possibilidade de fechamento durante os mais frios”, explica Marcondes Ferraz.

Por fim, existem dois recursos, agradáveis aos cinco sentidos, que podem bem ser empregados para aprimorar a sensação de frescor: a instalação de espelhos d’água e jardins em áreas próximas às aberturas, o que inclui árvores de maior porte, que, além de sombrear, ajudam a reduzir ruídos externos e atuam como um espécie de filtro, captando a poeira.

Mas, para conseguir os melhores resultados, é necessário sempre se levar em conta a forma e as características de desenvolvimento de cada planta, tanto no verão, quanto no inverno. Segundo os profissionais, uma boa dica é optar por árvores com folhas caducas, vegetação que, além de oferecer sombreamento sem bloquear a luz natural no verão, possibilita plena incidência de luz no inverno – período de queda das folhas.

Como se vê, fazer as pazes com o clima, ao contrário do que parece, não é missão impossível. Mesmo quem já construiu pode desfrutar de dias de conforto com a adoção de medidas simples. Para ajudar na tarefa, o Casa apresenta dicas e soluções de projeto de eficácia comprovada quando o assunto é garantir melhores condições térmicas entre quatro paredes – e pelos próximos invernos e verões.

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