Se
transformar em uma cidade sustentável está longe de ser uma tarefa
fácil, mas
também não é impossível.
((o)) Eco selecionou 10 localidades que podem até não serem
ecologicamente
perfeitas, mas são exemplos de que é possível diminuir o impacto
ambiental de um
centro em urbano optando por um planejamento que inclua o verde em sua
paisagem
e preze por formas mais sustentáveis de organização.
Confira
a seguir o que foi ou tem sido feito para tornar essas urbes mais
“verdes”.
1.Reykjavik, Islândia
Há mais
de 50 anos a Islândia tem se empenhado em diminuir sua dependência de
combustíveis
fósseis
aproveitando seu potencial natural para a geração de
eletricidade. Não é de se estranhar que sua capital seja 100% abastecida
por
energia limpa e de baixo custo. Parte dos veículos da cidade já são
movidos a
hidrogênio, tendência que deve aumentar ainda mais. O país está
investindo
pesado nessa tecnologia e pretende se tornar uma “economia do
hidrogênio”
nas próximas décadas. No mês passado, foi posto em prática um
experimento perto das usinas
geotérmicas de Reykjavik para testar a
viabilidade de se estocar carbono criando emendas de calcário no
subsolo. Se
tudo ocorrer como esperado, o dióxido de carbono ficará permanentemente
aprisionado no solo, o que deve permitir que usinas geotérmicas se
livrem dos
dióxidos de carbono que elas trazem das profundezas e se tornem
efetivamente
neutras.
2.Malmö, Suécia
Pioneira na utilização de energia renovável,
Malmö também
é apontada como a primeira cidade de Troca
Justa da Suécia. Ali, o governo tem incentivado o
consumo de mercadorias locais produzidas eticamente, promovendo a
conscientização dos seus habitantes sobre a importância de se
estabelecer um
mercado justo e sustentável. A cidade recicla mais de 70% do lixo
coletado e os
resíduos orgânicos são reaproveitados para a fabricação de
biocombustíveis que, juntamente com a energia
hidrelétrica, solar e eólica, alimenta o Western Harbor, uma comunidade
100%
dependente de energia limpa. Além disso, Malmö possui mais de 400 quilômetros de
ciclovias em seu território – cinco
quilômetro s a mais Copenhague, na Dinamarca–, sendo a cidade sueca com
maior
número de vias para ciclistas. No ano passado, o uso das bicicletas
aumentou 11%
e 40% dos deslocamentos relacionados ao trabalho foram feitos utilizando
a
magrela.
3.Vancouver, Canadá
Líder
do ranking das cidades mais habitáveis do mundo por quase dez
anos,
Vancouver é a cidade norte-americana com
amenor pegada de
carbono.
Mais de 200
parques
esverdeam a sua área urbana e pelo menos
90% da sua
energia
já provém de fontes renováveis. Em 2005, o governo
colocou em prática uma estratégia para que todos os edifícios
construídos na
cidade oferecessem uma melhor performance ambiental. Desde então,
disponibiliza
para a população todas as informações necessárias sobre como diminuir o
impacto
de suas residências e oferece
incentivos para que seus habitantes façam uso de
energia solar. Até 2020, a cidade pretende neutralizar toda a emissão de
gases
estufa proveniente dos seus edifícios, que hoje são responsáveis por
55% das
emissões de Vancouver.
Por quase 10 anos,
Vancouver liderou o
ranking das cidades mais habitáveis do mundo.
4.Copenhague, Dinamarca
Quando
o assunto é ecocidade, Copenhague é um dos principais nomes que devem
vir à sua
cabeça. No ano passado, ela ficou entre as cidades Mais Habitáveis do
mundo, de
acordo com a classificação da revista Monocle, e
faturou o título de Melhor Cidade
para Ciclistas. Cerca de 40% de sua população pedala
diariamente para se deslocar pela área urbana e foi lá que surgiu pela
primeira
vez o empréstimo público de bicicletas. Desde 1990, a cidade conseguiu
reduzir suas emissões de
carbono em 25% e até 2015 o governo pretende
transformá-la na ecometrópole número um do mundo. Além do investimento
em fontes
limpas de energia – lá foi inaugurada, em 2001, um dos maiores
parques
eólicos marítimos do mundo –,
Copenhague é elogiada pelos esforços desenvolvidos na última década para
manter
as águas de seu porto
limpas,
local tão seguro que hoje pode até receber
banhistas.
5.Portland, Estados Unidos
Ela tem
inspirado outros centros americanos a incluir espaços verdes em seu
planejamento
urbano. Para conservar os áreas vegetativas em sua volta, foi
estabelecido um
limite para o avanço da urbanização da cidade, que conta com 92 mil acres
de
área verde e mais de 300 quilômetros de
ciclovias. Portland foi a primeira cidade dos
Estados Unidos a aprovar um plano para reduzir as emissões de dióxido de
carbono
e tem promovido sistematicamente a construção de prédios
verdes.
Além disso, cerca de 40% de sua população utiliza ou a
bicicleta ou o transporte coletivo para ir ao trabalho e, desde de
outubro, o
governo recolhe os resíduos orgânicos, que são enviados para centros de
compostagem. Hoje, metade da energia utilizada pela cidade é obtida a
partir de
fontes limpas, como a luz
solar e
o aproveitamento de resíduos para a produção
debiocombustível.
6.Bahia
de Caráquez, Equador
A Bahia
de Ceráquez é um verdadeiro paraíso para os ecoturistas. Nos anos 90, o
local
foi devastado ao ser atingido por um terremoto. Então, o governo e
algumas
ONGs decidiram reconstruí-la como uma cidade
sustentável. Eles desenvolveram programas para
conservar a biodiversidade local e controlar a erosão, implantaram
esquemas de
incentivo à agricultura orgânica e de reutilização dos resíduos
privados e
dos mercados públicos na compostagem. É de lá a primeira fazenda orgânica
certificada de camarões.
7. São
Francisco, Estados Unidos
Ela foi
a primeira cidade americana a banir o uso de
sacolinhas plásticas e brinquedos infantis fabricados com
produtos químicos questionáveis. São Francisco é também uma das cidades
líderes
na construção de prédios verdes e já possui mais 100
deles.
Quase metade dos seus habitantes utiliza o transporte
publico ou a bicicleta para se locomover todos os dias e mais de 17% da
população faz bom proveito dos parques e das áreas verdes da cidade. Em
2001, os
eleitores aprovaram um incentivo de 100 milhões de
dólares
para o financiamento da instalação de painéis solares e
turbinas eólicas e de reformas para tornar as instalações públicas da
cidade
mais energeticamente eficientes.
São Francisco foi a
primeira cidade
americana a banir o uso de sacolas plásticas
8.
Sidney, Austrália
A
Austrália foi o primeiro país a banir as
lâmpadas incandescentes, substituindo-as por modelos mais
energeticamente eficientes. Em Sidney, as emissões de gases estufa
diminuíram
18% apenas com a reforma
de suas instalações públicas. Além
disso, lá foi colocado em prática um projeto de uma rede regional de
bicicletas
que deve unir 164
bairros. Com essas medidas, o uso da magrela
triplicou nas áreas em a rede foi instalada. Também foi em Sidney que
surgiu a
Hora do
Planeta,
em que toda a cidade desligou as luzes por 1 hora para
chamar atenção para o problema do aquecimento global.
Desde
que foi reconstruída após a Segunda Guerra Mundial, Freiburg
vem
experimentando o modo de vida sustentável. É lá que
se encontra a famosa
Vauban,
uma vila de 5 mil habitantes criada para servir de
distrito modelo de sustentabilidade. Todas as casas são construídas de
maneira a
provocar o menor impacto possível no meio ambiente, mas ela é conhecida
mesmo
por ser uma comunidade livre de automóveis e que incentiva modos mais
ecológicos de
deslocamento. Em Freiburg também existe uma
vila totalmente abastecida por energia solar.
10.
Curitiba, Brasil
Ela não
é chamada de cidade modelo à toa. Seu eficiente transporte público é
utilizado
por 70% da população e, se consideradas somente as metrópoles verdes, ou
seja,
centros urbanos de grande porte, Curitiba só perde para Copenhague
no índice de menor emissão de dióxido de carbono per capita e para
Vancouver no
quesito produção de energia renovável.
A cidade possui ainda um bom programa de conservação da
biodiversidade e
de reflorestamento de espécies nativas e tem uma área verde de 51
metros quadrados por
habitante.