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Fonte: O Globo - 05.11.2010 |
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China - A China lançou ontem um indicador de “desenvolvimento verde” para o país, que leva em conta não só a expansão econômica como também o respeito ao meio ambiente. A iniciativa retoma parcialmente uma tentativa anterior de precificação da poluição e é um pequeno exemplo de como a China está gradualmente mudando seu rumo após anos de crescimento econômico veloz, mas às custas da degradação ambiental. O novo indicador estabelece um ranking de cidades e províncias conforme o seu desempenho para equilibrar a expansão econômica com a proteção ambiental. Em sua primeira edição, o ranking é liderado por Pequim. Já o último lugar é ocupado pela província de Shanxi, onde há uma grande atividade de extração de carvão mineral. Sistema político dificulta ação pró-meio ambiente O índice, compilado pelo Departamento Nacional de Estatísticas e por duas universidades chinesas, leva em conta 55 indicadores detalhados, como as emissões per capita de dióxido de carbono e a participação dos gastos ambientais nos orçamentos públicos. Maior emissor global de gases do efeito estufa, a China já se comprometeu a buscar um modelo de crescimento mais limpo e a melhorar sua eficiência energética. Mas ainda é difícil levar essa mentalidade a dirigentes obcecados em garantir altos números relativos ao Produto Interno Bruto (PIB). Ranking pode servir para compensar funcionários Analistas dizem que o governo chinês deveria enfatizar mais o bem-estar da população e a proteção ao meio ambiente ao avaliar seus quadros, mas reconhecem que tal sistema é difícil de ser desenvolvido no sistema político da China. Li Xiaoxi, professor da Universidade de Pequim, que coordenou a criação do novo indicador, disse que o ranking pode servir como uma ferramenta para futuras recompensas a funcionários, mas acrescentou que, por enquanto, trata-se apenas de um exercício acadêmico. "Esperamos que os principais tomadores de decisões na China considerem o nosso trabalho valioso e o incorporem aos documentos oficiais", disse Li. O Ministério do Meio Ambiente e a agência de estatísticas já haviam tentado desenvolver, anteriormente, uma medição do “PIB verde”, mas abandonaram o projeto devido à resistência de governos locais. Em 2006, os dois órgãos anunciaram que, em 2004, a poluição havia custado à China 511,8 bilhões de yuans, ou 3% do PIB daquele ano. Desde então não houve a divulgação de novos dados. |
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