Fonte: Rede Bom Dia - 19.07.2011 |
![]() |
São Paulo - O arquiteto jauense Sílvio Cesar Guarnieri sobe pelo menos uma vez por semana no telhado de sua casa, em uma chácara, na estrada Jaú-Bocaina, para molhar a grama. Sim, você leu direito: molhar a grama. Sílvio construiu e passa sua folga em uma casa ecologicamente correta. Lugares como esse são aconchegantes tanto no calor quanto no frio. A estrutura aproveita a luz solar, a água das chuvas e ainda traz benefícios, como a redução das contas de água e de energia elétrica. O telhado verde do arquiteto, por exemplo, diminui a temperatura interna da casa e traz economia de energia elétrica, pois dispensa o uso de ventilador ou ar condicionado. “É uma forma de compensar. Tirei [a grama] do terreno, mas coloquei no telhado”, explica Sílvio. Segundo a arquiteta Paula Coiado Chamma, para ser considerada uma ecohouse a casa precisa estar integrada ao local, ao clima, a região e ser acessível aos portadores de necessidades especiais. “Também deve aproveitar a energia solar para aquecimento de água e geração de energia e buscar o conforto térmico pelo uso de vegetação ou de técnicas construtivas adequadas”, diz Paula. Para o bioarquiteto Tomaz Amaral Lotufo, as pessoas ainda não se conscientizaram da importância de colaborar com o meio ambiente. “Ecologia é uma questão de inteligência. Não é o que você usa, mas como usa. O objetivo é conseguir o menor impacto ambiental e social possível”, diz Tomaz. O especialista, porém, admite que construir uma ecohouse ainda não é barato. “Os produtos de baixo impacto ambiental não têm incentivo fiscal. A concorrência com os materiais de construção tradicionais é desleal”, aponta. Balada verde É o caso do empreendedor Carlos Roberto Moraes, que está construindo uma casa de eventos ecologicamente correta. A ideia é aliar convívio social e luxo com a preservação da natureza. A casa de shows ficará entre Pederneiras (SP) e Bauru (SP) e todo o material utilizado é ecológico. ”A construção foi feita com madeira de reflorestamento, tijolo ecológico, telha de fibra vegetal, cobertura verde, entre outros”, conta Carlos. Eucaliptos que serviam de postes em cidades da região agora são pilares de sustentação. “Eles seriam queimados pela companhia de energia elétrica, mas conseguimos comprá-los em um leilão”, diz Carlos. Questão cultural Em Jaú, o ecologicamente correto ainda não faz parte da maioria das construções. Segundo o engenheiro Rogério Fachim, não há muito procura por esse tipo de projeto. “As pessoas aqui no interior ainda não têm essa preocupação, porque pensam que os problemas ambientais nunca chegarão até aqui”, explica. Ele diz ainda que engenheiros e arquitetos devem indicar soluções para os clientes. Nessa hora é preciso muita criatividade para equilibrar preço e benefício. Dá para cuidar da natureza até na hora de dançar O modelo de negócio do empreendor Carlos Roberto Moraes não é novidade na Europa. Lá, inclusive, a tecnologia já mostra caminhos mais eficientes para a sustentabilidade. Seguindo um projeto da Holanda, alguns donos de casas noturnas do Brasil querem construir baladas sustentáveis. Enquanto as pessoas dançam, o impacto dos pés gera energia para iluminação e som através de sensores abaixo da pista. Com isso, as lâmpadas da casa economizam 85% de energia a mais do que as lâmpadas comuns. As paredes são sensíveis ao calor e mudam de cor quando a casa está cheia. A ideia é fazer uma referência ao aquecimento global. No banheiro, as descargas e torneiras utilizam água da chuva. Além disso, toda a danceteria é construída com materiais reciclados. Quando ninguém está dançando, a boate conta com um sistema de baterias, painéis de energia solar e uma turbina eólica. A energia que sobra é doada aos imóveis vizinhos. Este novo conceito de vida já influencia até o governo brasileiro. Um projeto de lei que tramita em Brasília pretende estabelecer que a partir de 2016, ano de Olimpíada no Brasil, todas as novas residências do país sejam construídas de acordo com as normas de proteção ao meio ambiente. |
Nossos Visitantes
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Arquiteto e empreendedor planejam casa ecologicamente correta e balada sustentável
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário