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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Aquecimento Global: O que você tem a ver com isso? (Parte II)



Mitigar o aquecimento global significa desenvolver ações para diminuir os efeitos das mudanças climáticas. Dentre as recomendações do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Cliimáticas) para a mitigação do aquecimento global estão: (i) o uso de energias renováveis; (ii) a utilização de veículos mais eficientes; (iii) fortalecimento do transporte público em detrimento do transporte individual; (iv) eficiência de aparelhos eletrodomésticos, ar-condicionados e iluminação; (v) redução do desmatamento; (vi) reciclagem e tratamento de esgoto; e (vii) máquinas mais eficientes na indústria.
O Brasil possui uma matriz energética em que as energias renováveis representam 47,3%. Desse total os produtos da cana-de-açucar correspondem a 18,1%, energia hidrelétrica 15,3% e a biomassa 13,9%. Nosso país tem uma grande vantagem em relação aos demais países do mundo que é sua atual matriz energética limpa e o enorme potencial a se explorar de energia eólica, solar e biomassa. O potencial brasileiro de geração de energia elétrica a partir dos ventos é de 272 TWh/ano, isso representa 64% do consumo nacional de energia elétrica. Esse potencial se concentra majoritariamente nas regiões litorâneas. No município de São Francisco de Itabapoana/RJ será isntalada uma usina eólica de 28 MW. Em relação ao Sol, cada metro quadrado do solo brasileiro tem capacidade de 250 W de eletricidade. Mesmo com essa riqueza energética as experiências de uso da energia solar fotovoltaica no Brasil estão restritas à regiões isoladas como na Amazônia. A Alemanha é líder mundial em energia solar mesmo com os seus céus nublados. A energia da biomassa, que está além da produção de etanol, é uma outra fonte de energia considerável. A geração de energia a partir de resíduos agroindustriais, esgoto urbano, etc, tem também o importante papel de tratar os dejetos. O processo da biodigestão anaeróbia produz o biogás, gás combustível constituído majoritariamente por metano, que utilizado para fins energéticos ajuda na mitigação do aquecimento global. Além disso, a lenha e o carvão vegetal tem um importante papel em muitas atividades econômicas com grande demanda energética como a siderurgia.
No nosso país a coqueluche energética do momento é sem dúvida o petróleo do pré-sal. Faz sentido falar de energia renovável nesse contexto? Mas é claro que sim. Como brasileiro e cidadão do mundo preocupado com um futuro sustentável tenho a seguinte palavra de ordem: O PRÉ-SAL DEVE FINANCIAR O PRÓ-SOL. Não devemos abrir mão de nossa matriz energética limpa e para aproveitarmos nosso potencial de energia renovável precisamos de investimentos na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias. Continuaremos com esse assunto no próximo artigo.

Adriano Ferrarez, é professor de Física do IFF Campus Itaperuna

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