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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Eletrobras/Procel e Inmetro buscam ampliação de laboratórios para etiquetagem de edifícios


Eletrobras/Procel e Inmetro realizam workshop visando ampliação da rede de laboratórios acreditados para avaliar nível de eficiência energética das edificações
Dayanne Jadjiski, para o Procel Info

Prédio do LabEEE/UFSC: único laboratório que concede etiqueta para edificações.
Ampliar a rede de laboratórios acreditados para avaliar o nível de eficiência energética das edificações. Com esse objetivo, a Eletrobras, no âmbito do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), realizou na última terça-feira, 27 de abril, o workshop “Acreditação de Organismos de Inspeção para Etiquetagem de Edifícios”. Realizado no Rio de Janeiro, o evento contou com a participação de representantes do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), do Ministério de Minas e Energia, da Eletrobrasdo Procel Edifica e do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE) da Universidade Federal de Santa Catarina, o único designado para etiquetagem de prédios.   

As perspectivas do mercado de eficiência energética em edificações foram o tema do painel, realizado pelo presidente do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética do MME, Paulo Leonelli. De acordo com o executivo, entre as expectativas do ministério estão a facilitação das condições de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para os prédios eficientes energeticamente através do BNDES ProCopa Turismo – Hotel Eficiência Energética. O objetivo do programa é financiar a construção, reforma, ampliação e modernização de hotéis que obtenham etiqueta de eficiência energética nível A. O MME, juntamente com a Caixa Econômica Federal, também estuda formas de beneficiar o financiamento de empreendimentos etiquetados.

Segundo Leonelli, o prédio onde está instalada a sede do ministério, em Brasília, inicia o processo de etiquetagem de eficiência energética. Para implantar as melhorias no edifício, o MME contará com o apoio da Universidade de Brasília (UNB) e recursos da Companhia Energética de Brasília. Atualmente cinco edificações possuem a ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) e outros 40 prédios estão em processo de avaliação. Os critérios utilizados para a concessão a análise da eficiência da envoltória, dos sistemas de iluminação, que são responsáveis por cerca de 30% do consumo do edifício, e do condicionamento de ar, que responde pelos 40% restantes. Os prédios também podem ganhar bonificações, adquiridas através de racionalização do consumo de água, uso de energias renováveis, cogeração ou inovações tecnológicas.

Para o gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras, Fernando Perrone, a acreditação dos laboratórios é uma etapa fundamental para que o mercado tenha um diferencial quanto à eficiência no uso da energia elétrica. "O usuário vai poder perceber quanto vai economizar durante toda a vida útil do seu imóvel. Um edifício bem projetado pode gerar uma economia de até 50%, se utilizados os conceitos de recursos naturais, como iluminação e ventilação naturais, além da envoltória, no caso de um prédio novo", estima Perrone. As etiquetas também podem ser concedidas a prédios já existentes.

A validade da ENCE de projeto e de edifício construído é de três anos e cinco anos, respectivamente, segundo o coordenador do LabEEE, da UFSC, Roberto Lamberts, que participou do evento no painel Etiquetagem de Edificações. De acordo com o professor, a avaliação do projeto leva cerca de um mês e a da construção, aproximadamente uma semana. Aplicável a prédios com área útil superior a 500 m² ou atendidos por alta tensão, a etiquetagem de edifícios é voluntária, mas já é prevista que se torne obrigatória. "Imaginamos tornar compulsória daqui a quatro anos, mas temos que ter laboratórios acreditados. É preciso que sejam feitos estudos para ver a aceitabilidade do mercado para etiquetas, acompanhar a evolução dos 40 prédios em andamento e transformar estes 40 em 400", conta.
"Um edifício bem projetado pode gerar uma economia de até 50%, se utilizados os conceitos de recursos naturais, como iluminação e ventilação naturais, além da envoltória, no caso de um prédio novo", estima Perrone", estima Perrone, do Procel Edifica

O LabEEE desenvolveu a metodologia de avaliação dos edifícios e atualmente é o único a realizar as avaliações de etiquetagem de edifícios. Para o chefe da Divisão de Programas de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Gustavo Kuster, foi importante em um primeiro momento ter apenas um laboratório responsável pela etiquetagem, mas agora a ideia é a ampliação do número de organismos de inspeção. " Precisávamos ter um acompanhamento para que pudéssemos monitorar os pontos de controle desse processo, que é muito diferente do que já fizemos antes. Agora que a questão ja está solidificada, a ideia é ampliar o número de laboratórios acreditados para dar a etiqueta", diz. A capacitação de profissionais é uma das necessidades no processo de etiquetagem. "São necessários inspetores e auditores qualificados porque o processo é baseado em inspeção, então é importante ter pessoal com capacidade para analisar projeto de construção civil e inspetores para verificar a execução do projeto", afirma. 

Além dos edifícios comerciais, de serviços e públicos, as edificações residenciais também receberão a etiqueta. De acordo com Perrone, a ideia é que o lançamento para as edificações unifamiliares e multifamiliares ocorra em novembro deste ano. Para os próximos anos, o presidente do CGIEE, Paulo Leonelli, espera que, como o mercado está sendo fomentado a demandar etiqueta de eficiência energética, haja uma flexibilização, por parte do Inmetro, para que se consiga a ampliação dos organismos de inspeção. Segundo Kuster, esta flexibilização vai existir, mas ressaltou que o objetivo do programa é alavancar a qualidade da eficiência do edificio.

No evento foi lançado o ambiente reservado à etiquetagem de edifícios no site do Procel Info. Poderão ser feitos downloads das publicações técnicas relacionadas à etiquetagem em edifícios comerciais, de serviço e públicos, além de explicações sobre a ENCE.

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