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Fonte: La Nación - 05.05.2010 |
Argentina - Como destacou um leitor no último artigo publicado sobre cidades sustentáveis, o componente elementar do qual estão constituídas nossas cidades são as residências. Estas podem ser departamentos dentro de edifícios ou casas individuais. Embora em cidades como Buenos Aires a maior economia seja proveniente de projetos de edifícios, neste momento focaremos nas casas e nas tecnologias mais avançadas do mundo, que fazem o consumo de energia ser reduzido quase a zero. Um automóvel, quando acaba o combustível, deixa de cumprir sua função até que o tanque volte a ser cheio, e precisa de uma intervenção externa permanente. Imaginemos, hipoteticamente, um automóvel à energia solar. Dada a proximidade do nosso planeta com o sol, o carro poderia andar por anos sem intervenção, exceto com a troca de óleo e manutenção. Um veículo deste tipo poderia ser considerado quase autossuficiente. O mesmo conceito pode ser estendido às residências, que têm como função nos manter secos, a uma temperatura agradável, iluminados, e com energia para realizar diversas tarefas, como conservar os alimentos e lavar nossas roupas. Neste sentido, uma casa que pode realizar essas funções sem a dependência de energia externa também poderia ser considerada um sistema autossuficiente. Um tipo de casa que mais se aproxima da autossuficiência é a chamada passivhaus alemã, idealizada pelo sueco Bo Adamson e pelo alemão Wolfgang Feist. Como seu nome indica, essas construções conseguem, de maneira passiva (por seu design) criar um habitat cômodo e agradável, inclusive em áreas frias. As passivhaus utilizam grande isolamento térmico para que o calor não escape no inverno e não entre no verão. A redução média de consumo de energia obtida é de 70%. Além disso, também existe a energia solar para gerar eletricidade (painéis solares fotovoltáicos) ou aquecer água (painéis solares térmicos). Calcula-se que existam no mundo, atualmente, de 15 mil a 20 mil passivhaus, quase todas localizadas na Alemanha, na Áustria e a península escandinava. As primeiras foram construídas em Darmstadt na Alemanha, em 1990. Para ser considerada uma passivhaus, a construção deve cumprir os seguintes critérios: deve ter uma demanda anual de climatização menor que 15 kWh/m² por ano em calefação e 15 kWh/m² com refrigeração; a energia necessária total para consumo (calefação, água quente sanitária e eletricidade) deve ser menor que 120 kWh/m²; e a edificação deve ter perdas de ar menores que 0,6 vezes de seu volume por hora. Mas, além de aproveitar a radiação solar, o conceito passivhaus está muito focado em reaproveitar o calor proveniente de dispositivos caseiros como eletrodomésticos, artigos de iluminação e também o calor de pessoas e animais. A chave para que esse aproveitamento está na ventilação obtida através de sistemas mecânicos de recuperação de calor e motores elétricos de alta eficiência. Ainda que não seja exatamente uma passivhaus, a partir de 1º de junho, a Câmara de Indústria e Comércio Argentino-Alemão, os argentinos poderão visitar a Casa Alemã, que demonstrará numerosas tecnologias eficientes energeticamente e aproveitamento da energia solar. |
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