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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nem tão verde assim


Fonte: O Globo - 23.05.2010
Brasil - De 2007 até hoje, muito se alardeou sobre o conceito de sustentabilidade na construção civil. Naquele ano, uma agência do ABN Amro Real, em Cotia, São Paulo, recebeu o primeiro selo de Liderança em Energia e Design Ambiental (Leed, na sigla em inglês) do país, certificação concedida pelo GBC Brasil (Green Building Council). De fato, de lá para cá, os números comprovam um crescimento expressivo. Mas atualmente são apenas 14 construções verdes no país, bem longe das 5.062 dos Estados Unidos e menos da metade das 50 da Índia.

Em 2009, dez projetos receberam o selo verde, sendo que até 2008 o país tinha apenas quatro construções certificadas. O número de empreendimentos em análise também aumentou, de 102 para 162, e agora está em 166. Desse total, 73% estão localizados em São Paulo, 10% no Rio, e o restante distribuído em outros nove estados e no Distrito Federal. Para 2010, a expectativa, audaciosa, é chegar a 300 projetos em processo de certificação.

Segundo o diretor-executivo do GBC Brasil, Nelson Kawakami, as construções verdes ainda não representam nem 1% do mercado imobiliário brasileiro.

No Rio, são três os empreendimentos certificados: o Ventura Towers, que foi o primeiro a receber o selo Leed na cidade; o edifício Cidade Nova, ocupado pela Petrobras; e o Torre Vargas 914, na Avenida Presidente Vargas.

‘Ainda falta informação’

"Nos países europeus, a questão da sustentabilidade é uma cultura tão antiga que já está enraizada. Por aqui, ainda estamos engatinhando em relação ao resto do mundo. Muito se fala, mas ainda falta informação. Ainda hoje, o empreendedor preserva a ideia de que investir em construções verdes requer gastos elevados", ressalta Kawakami.

Ao adotar os parâmetros do selo Leed, explica Kawakami, os gastos com o consumo de energia elétrica e água são reduzidos em 30% e 50%, respectivamente: "Se pensarmos no ciclo de 25 anos de vida de um prédio, 80% do custo é de sua operação e 20%, da construção. Se você reduz os custos da operação, como os de energia e água, o empreendedor terá vantagens".

A diferença é que no Brasil estamos acostumados a olhar a curto prazo.

Instalado há três anos no país, o Green Building Council Brasil criou um comitê formado por 160 profissionais para tornar o selo 100% aplicável por aqui. Seis itens, conta Kawakami, foram incluídos entre os critérios a serem avaliados: "Um deles trata da geração de desperdícios durante a obra. Quando ela é inferior a 10%, o empreendimento é pontuado. Aqui no Brasil, como não existe cultura de otimização da construção, a taxa passa de 25%".

Os prédios residenciais, em particular, ganham pontos ao instalarem medidores individuais de água e ao usarem a energia solar para aquecê-la, ressalta o diretor-executivo do GBC.

"Não há dúvidas de que quando a medição passa a ser por unidade, o morador reduz o desperdício. E o resultado é um consumo 20% menor".

Por aqui, também é considerado, para análise da sustentabilidade, o uso de materiais de construção que possam ser reaproveitados no futuro, além do cumprimento do que é estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e das normas referentes a acessibilidade. O relatório de impacto ambiental também ganhou novas exigências técnicas, que incluem geração de ruído, contaminação do solo e da água, alteração no tráfego e emissões de gás carbônico, entre outras.

Investimentos em educação também fazem parte do planejamento estratégico do GBC Brasil. Segundo Kawakami, além dos cursos rápidos e das palestras promovidas pelo órgão, três programas de pós-graduação em construção sustentável já estão em andamento no Rio. E a meta, diz, é terminar o ano com um total de 20 cursos abertos em todo o país. Atualmente, há 68 profissionais especializados no selo Leed, metade deles no estado de São Paulo.

Primeiro empreendimento carioca a receber o selo Leed, em 2008, a primeira das duas torres do Ventura Corporate, no Centro, atingiu uma economia de 38,7% no consumo de água. Durante a construção, 41% de todo material empregado era de origem reciclada e 66% da madeira utilizada era certificada.

Para Luiz Henrique Ceotto, diretor de Design & Construção da incorporadora americana Tishman Speyer, parceira da Camargo Corrêa no projeto, investir em sustentabilidade não é só uma questão ética, mas também econômica.

"A água e a energia são as principais commodities do mundo moderno".

Estima-se que, no futuro, o custo de ambos terá um aumento substancial. Ou seja, investir em sustentabilidade não será apenas uma mera questão de consciência ecológica, diz Ceotto.

Ainda segundo o diretor da incorporadora, os “dois lados da moeda” — o que investe no empreendimento e o que, no futuro, vai administrá-lo — precisam atuar em conjunto para que o crescimento de construções verdes realmente venha a deslanchar no país: "Os benefícios vão para quem opera o prédio e não para quem investe. Por isso, é preciso que haja uma consciência de ambos".

E, apesar de ainda representarem uma parcela muito pequena do mercado imobiliário nacional, as construções certificadas, destaca o diretor da Tishman Speyer, atuam como fomentadores de novas tecnologias: "Esses empreendimentos ajudam na formação de uma mão de obra especializada".

Enquanto o selo Leed, concedido pelo Green Building Council (GBC) Brasil, ainda é uma realidade para poucos empreendimentos, construtoras e até imobiliárias investem em selos “alternativos” e iniciativas sustentáveis para tornar mais verde o dia a dia em condomínios e canteiros de obras.

É o caso da construtora Calçada, que aplica alguns conceitos ecologicamente corretos em seus empreendimentos residenciais e comerciais, como sistemas de reaproveitamento de águas pluviais e instalação de hidrômetros individuais.

"Os resíduos das obras, por exemplo, são reciclados e vendidos. Com essa renda, compramos cestas básicas para os operários. É um ato sustentável que estimula a conscientização", destaca Bruno Oliveira, gestor de Marketing da Calçada.

Iniciativas ajudam a baratear a taxa de condomínio
A administradora Protel, por sua vez, participa da implantação de sistemas sustentáveis nos condomínios geridos por ela, entre eles, coleta seletiva de lixo e reaproveitamento da água já utilizada e da chuva. E para despertar o interesse dos moradores, são realizadas palestras.

"De imediato, os benefícios são financeiros. A verba arrecadada com a venda de produtos recicláveis, por exemplo, é abatida da despesa ordinária do prédio, resultando numa taxa de condomínio menor. Em segundo plano, e não menos importante, está a satisfação pessoal dos condôminos, que ajudam a retirar plásticos, vidros e papelões do meio ambiente", diz Alfredo Lopes, diretor da Protel e da construtora Santa Isabel.

Tubulações especiais para receber óleo de cozinha

E ainda este ano, conta, uma outra iniciativa sairá do papel.

Os quatro prédios do empreendimento Barra Sunday terão, ao lado das lixeiras dos corredores, tubulações especiais para o descarte de óleo de cozinha usado. Depois de armazenado, ele será coletado por uma empresa de reciclagem, em troca de material de limpeza para o condomínio.

Em Niterói (RJ), a construtora e incorporadora Pinheiro Pereira recebeu o Selo Verde, criado numa parceria entre a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), a Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) e a Secretaria municipal de Meio Ambiente.

O selo é concedido a empresas que dão um destino adequado aos resíduos gerados durante a construção. Eles devem ser separados ainda no canteiro de obras, de modo que parte do material seja reaproveitado.

"Colocamos em prática a reciclagem do material da obra e normatizamos a coleta de resíduos. Realizamos ainda palestras e treinamentos, pois são ações que envolvem todos os funcionários. Hoje, reciclar se tornou um hábito dentro da construtora. De copos de plástico a restos de madeira", diz o engenheiro da Pinheiro Pereira, Guilherme Arueira.

Já a construtora e incorporadora Even divulgou recentemente seu primeiro relatório anual de sustentabilidade, baseado em normas internacionais.

Nele, a empresa detalha as suas ações de responsabilidade socioambiental: "O documento representa o comprometimento da Even com a diminuição dos impactos gerados por suas atividades", diz o diretor-geral da empresa no Rio, Claudio Hermolin.

Casa ecoeficiente


Fonte: Revista O Setor Elétrico - 04.2010
São Paulo - Um casa projetada para suprir grande parte das necessidades energéticas da edificação, reduzir as perdas térmicas e tornar o ambiente dentro da moradia mais fresco e agradável. Esses foram os pilares sobre os quais o protótipo de uma casa ecoeficiente foi projetado por pesquisadores da Universidade Técnica de Darmstadr, na Alemanha. A casa deu origem à exposição "Casa alemã: a casa ecoeficiente" que, com iniciativa do Ministério de Economia e Tecnologia da Alemanha e apoio das Câmaras alemãs de Comércio e Indústria do Mercosul, visitará, ao longo de 16 meses, 13 países da América Latina. A viagem começou em São Paulo, entre os dias 13 e 28 de abril, período em que a casa ficou exposta no Parque do Ibirapuera.

Composição

Projetada sobre dois contêineres com uma cobertura flutuante, a casa, que tem aproximadamente 100 metros quadrados, dispõe de um invólucro de bom isolamento térmico, que segue o padrão de construção de casa passiva. Esse conceito diz respeito a artifícios que asseguram um ambiente interior confortável no inverno sem a necessidade de um sistema de aquecimemo convencional. O consultor técnico da exposição, engenheiro mecânico e especialista em sustentabilidade e inovação, Duvivier Guerhi, explica que essa estrutura, em termos práticos, na casa alemã, significa ter paredes com tripla vedação e vidros com três camadas a vácuo, por exemplo.

A casa apresenta quatro tipos de isolamento de parede. Das opções apresentadas, o isolamemo mais apropriado para o tipo de construções que temos no Brasil é um sistema composto de isolamento térmico com reboco, tijolo de parede de concreto celular de 17,5 cm, isolamento de poliestireno de 100 mm e reboco externo com adição de isolamento térmico. As placas isolantes utilizadas no protótipo possuem uma condutividade térmica oito a dez vezes menor do que a de sistemas isolantes tradicionais. Isso significa que podem ser dimensionadas com um material menos espesso e conservar a mesma qualidade isolante.

Energia
Para os pesquisadores alemães que desenvolveram a casa, um dos objetivos do projeto é mostrar que há um elevado potencial de eficiência energética a ser desenvolvido em prédios. Por isso, ela é composta por um sistema fotovoltaico para abastecimento interno que engloba lâminas, cobertura e fachada fotovoltaicas. Possui ainda isolamento a vácuo, por meio de painéis isolantes, elementos de janelas - como brise-soleil - e ventilação mecânica. A fachada é formada por uma combinação de oito módulos de mesmo tamanho de uma combinação de painéis solares e sistema de isolamento. Já as janelas são compostas por lâminas de madeira voltadas para o sol e cobertas com tiras fotovoltaicas. Elas, ao mesmo tempo, fazem a proteção contra o sol, regulam a luz do dia e geram, aproximadamente, 25% da energia total consumida pela casa.

Para garantir que a edificação economize a maior quantidade de energia possível, foram instaladas bombas de alta eficiência para água potável e água quente com até 80% de economia energética. A energia não consumida fica armazenada em um banco de baterias responsável por fornecer a eletricidade à casa, que alimenta principalmente o sistema de iluminação artificial- que utiliza lâmpadas Leds -, um sistema de climatização, uma mini-geladeira e uma cafeteira. A casa ecoeficiente possui ainda a possibilidade de receber a energia da rede. O projeto não tem fins comerciais, por isso o Ministério Federal da Economia e Tecnologia da Alemanha não divulgou o custo do projeto. "O objetivo é mais conceitual, do tipo 'repensem as formas de construções'. É buscar uma segunda resposta para a forma de fazer atual", opina o engenheiro Duvivier Guerhi.

A geopolítica da mudança climática

Fonte: ClicRBS - 24.05.2010
Brasil - As negociações sobre mudanças climáticas serão renovadas este ano. Para ter sucesso, elas devem prestar atenção nas lições da Conferência Climática de Copenhague, na Dinamarca. A primeira lição é que a mudança climática não é uma questão apenas de ciência, mas de geopolítica. As expectativas de que, em Copenhague, a pesquisa científica ofuscaria a geopolítica estavam erradas. Sem uma melhora na estratégia, não pode haver luta eficaz contra a mudança climática.

A segunda lição de Copenhague é que, para criar um tratado internacional, precisa primeiro existir um acordo entre a China e os Estados Unidos.

Os dois países são díspares em vários aspectos, mas não em seus perfis de emissão de carbono: cada um responde por entre 22% e 24% de todos os gases-estufa gerados por humanos no mundo. Se um acordo for alcançado entre as duas nações mais poluidoras do mundo, que, juntas, são responsáveis por mais de 46% de todas as emissões de gases-estufa, seria mais fácil chegar a um acordo internacional sobre mudanças climáticas.

Em Copenhague, a China, de forma esperta, defletiu a pressão, escondendo-se por trás de pequenos países pobres e forjando uma aliança de negociação, conhecida como o bloco Basic, com outros três dos maiores países em desenvolvimento – Índia, Brasil e África do Sul.

O bloco Basic, entretanto, é fundamentado por oportunismo político – logo, é improvável que vá permanecer unido por muito tempo. Os perfis de emissão de Brasil, Índia e África do Sul são muito incongruentes. Por exemplo, a emissão carbônica per capita na China é quatro vezes mais alta do que na Índia.

A China rejeita o argumento indiano de que níveis de emissão per capita e contribuição histórica de gases-estufa deveriam formar os critérios objetivos para a mitigação de carbono. O país asiático, como fábrica do mundo, quer uma fórmula que releve a intensidade de emissões ligadas a indústrias de exportação. Tão logo a luta para definir critérios para a ação de mitigação comece em futuras negociações, a tal aliança se desfará rapidamente.

Uma terceira lição de Copenhague é a necessidade de uma agenda mais realista. Muito do foco foi posto em cortes de carbono por quase duas décadas, o que praticamente excluiu outros elementos da agenda de discussão. Agora é hora de desagregá-la em partes menores e mais administráveis. Afinal de contas, muitas coisas podem ser feitas sem um acordo oficial que defina patamares nacionais de corte em carbono.

Considere eficiência energética, que pode ajudar a trazer um quarto de todos os ganhos em reduzir a emissão de gases-estufa. Ineficiência energética não é problema apenas no Terceiro Mundo, mas também no mundo desenvolvido. Os EUA, por exemplo, emitem o dobro de CO2 por cabeça do que o Japão, embora os dois países tenham similares índices de renda per capita.

Além disso, dado que o desflorestamento conta como 20% do problema de emissões, o armazenamento de carbono é tão importante quanto os cortes. Cada hectare de florestas tropicais, por exemplo, guarda 500 toneladas de CO2. A conservação e a administração das florestas, portanto, são cruciais para driblar as mudanças climáticas. Na verdade, para ajudar a diminuir o impacto das mudanças climáticas, os Estados precisam investir estrategicamente em restauração ecológica – plantando e preservando florestas, construindo açudes e protegendo espécies ameaçadas.

A comunidade internacional também precisa focar em estancar mudanças ambientais provocadas pelo homem. Mudanças ambientais diferem de mudanças climáticas, apesar de existir a tendência, por parte de alguns entusiastas, de desfocar a distinção e tornar o aquecimento global o culpado por tudo.

A mudança ambiental causada pelo homem tem a ver com uso irresponsável da terra, excesso de bois em pasto baixo, depleção e contaminação de fontes superficiais de água fresca, excesso de uso do lençol freático, degradação de ecossistemas litorâneos, práticas de irrigação ineficientes ou ambientalmente insustentáveis, manejo incorreto de lixo e destruição de habitats naturais. Tais mudanças ambientais não têm ligação alguma com o aquecimento global. Ainda assim, contribuirão para a variação climática. Logo, devem ser impedidas.

Mudanças climáticas e ambientais, dadas as suas implicações para a segurança de recursos e para a estabilidade econômica e social, são claramente multiplicadores de ameaças. Enquanto continuam a procurar um acordo internacional abrangente, a comunidade internacional deveria também explorar abordagens inovadoras, como iniciativas globais de parceria público-privada.

Como mostra a experiência da comunidade internacional desde a Eco 92, é mais fácil definir metas globais do que implementá-las. As resoluções formuladas no princípio de Copenhague já incorreram em controvérsia, assim como em interpretações variadas, diminuindo as chances de futuro do chamado Acordo de Copenhague e mantendo a boa imagem do acordo costurado na última hora para mascarar a falha da conferência. Apenas 55 dos 194 países mandaram seus planos de ação nacional até o prazo, em 31 de janeiro.

A agenda de discussão das mudanças climáticas tornou-se tão politicamente direcionada que atores importantes acoplaram a ela todos os tipos de interesses competitivos, econômicos e de outras ordens. Isso não deveria ter tido permissão para acontecer, mas aconteceu, e não poderemos prosseguir de jeito algum a não ser que – e até que – confrontemo-nos com este fato.

Desperdício de energia elétrica



Fonte: CNT Jornal - 20.05.2010
Brasil - Fraudes, furtos, erros de medição e problemas de distribuição. O Brasil perde R$ 16 bilhões por ano com desperdício de energia elétrica. O setor elétrico brasileiro costuma causar inveja mundo afora. No país, 90% da energia é produzida por hidrelétricas, que poluem menos e têm custo menor. No entanto, o consumidor brasileiro paga uma das tarifas mais altas do mundo, à frente dos Estados Unidos, da Noruega, do Canadá e do México. Parte das tarifas vai para as usinas que geram energia, outra para as transmissoras, empresas que levam a energia das usinas para as cidades. Um outro montante vai para as distribuidoras, que fornecem energia para as residências. Quase 40% do valor da fatura vai para o governo em forma de impostos.

O que a conta de luz não mostra é quanto o consumidor paga pelo desperdício e pelas fraudes. Ligações clandestinas, mais conhecidas como "gatos", ou adulterações nos medidores são responsáveis por, no mínimo, 5% da tarifa. "O próprio poder regulador reconhece dentro da tarifa de todas as empresas parte desse prejuízo. Então, na prática, todos os consumidores ajudam a pagar por esse prejuízo", contou o gerente da AES Eletropaulo, José Luiz Cavaretti.

O prejuízo é de R$ 7,3 bilhões por ano, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Existe ainda a perda técnica, energia que se perde no caminho entre a usina e o consumidor. Neste caso, o prejuízo é de mais R$ 8,7 bilhões/ano. O problema poderia ser menor se o país modernizasse o sistema de distribuição. "Há regiões onde as linhas de transmissão brasileiras estão se sobrecarregando e não são expandidas adequadamente, e também há a possibilidade de alterar e melhorar geradores e turbinas elétricas feitas há 20, 30, 40, 50 anos atrás, que podem ser modernizados", explicou o coordenador de Pesquisa de Energia, da Universidade de São Paulo, Ildo Luis Sauer.

A ironia é que, nos últimos nove anos, o consumidor desembolsou quase R$ 5 bilhões para projetos de eficiência energética. Foram mais de 4,5 mil projetos. Nenhum deles para melhorar a distribuição. "Esse investimento para redução de perda técnica não é muito atrativo, porque o retorno é a longo prazo. Então, geralmente, as ações feitas para redução de perdas técnicas são aquelas que também trazem outros benefícios para o sistema elétrico", conclui Cavaretti.

LED


Fonte: Zero Hora - 24.05.2010
Brasil - Três letras que se repetem com frequência e prometem revolucionar os conceitos tradicionais de iluminação: LED. Em inglês, a sigla representa as palavras Light Emitting Diode, que, em português, viraram diodo emissor de luz, um material capaz de emitir luz com a passagem de corrente elétrica.

Inicialmente usados apenas como sinalizadores, as aplicações do produto têm crescido. A tecnologia permite iluminar com baixo consumo energético, sem metais pesados como o mercúrio na sua composição e com boa durabilidade e eficiência.

As placas de LED ganham eficiência, já que a luz é projetada diretamente para onde há necessidade de iluminação. Isso faz com que a estrutura metálica que a envolve não esquente, aproveitando até 90% da luz gerada. O número é alto perto dos modelos incandescentes, que podem dispersar até 50% da iluminação produzida, quando não tem uma luminária como apoio. O custo ainda é elevado, mas a evolução da tecnologia faz modelos novos chegarem com força ao mercado.

É o caso das lâmpadas públicas da empresa Riwa, lançadas em fevereiro, que vão além do conceito já difundido de LED. Com o uso da nanotecnologia, o empresário e aluno de engenharia mecatrônica Luciano Linck Andretta desenvolveu uma lâmpada capaz de iluminar uma área de até 32 metros de diâmetro a partir de uma pequena pastilha de nanoleds que tem tamanho semelhante ao de um chip de celular.

O preço inicial do produto é alto, mas as vantagens a longo prazo também são. Comparado com as lâmpadas de vapor de sódio, comuns na iluminação pública, o modelo da Riwa custa mais do que o dobro, enquanto garante consumir menos da metade da energia.

Quando se fala em eficiência, o LED também é promissor. Sua durabilidade varia entre 30 mil e 50 mil horas de uso, de acordo com os fabricantes. No entanto, o engenheiro e coordenador do Grupo de Eficiência Energética da PUCRS, Odilon Francisco Duarte, diz que a disseminação de laudos técnicos que confirmem a vida útil das lâmpadas de LED é um caminho que deve ser perseguido.

O modelo desenvolvido dentro da Incubadora Multissetorial de Base Tecnológica e Inovação Raiar da Pontifícia Universidade Católica no Rio Grande do Sul (PUCRS) é patenteado e está sendo testado por companhias de energia de 10 Estados brasileiros, incluindo Santa Catarina e Paraná. A estrutura da lâmpada é feita de alumínio e, assim, pesa apenas dois quilos.

A empresa Verde Luz é outro exemplo que impulsiona um mercado que só tende a crescer. Os modelos disponíveis também são recicláveis, com alta eficiência energética, mesmo sem o uso da nanotecnologia. Entre os clientes que já testaram a tecnologia da Verde Luz estão empresas como Nestlé e os shoppings Iguatemi de Campinas (SP) e Fortaleza (CE).

Duarte reforça que as aplicações do LED crescem a cada dia, chegando a monitores de televisão e semáforos. Com o aumento da concorrência e a redução do preço dos produtos, a tecnologia caminha para dominar o mercado de iluminação.

– Daqui a 10 anos, deveremos ter apenas lâmpadas de LED– acredita.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

República reduz consumo de energia


Fonte: Rede Bom Dia - 12.05.2010
São Paulo - O desafio foi feito pelo Bom Dia e a república do Brejo, em Rio Preto (SP), aceitou. Durante uma semana os três integrantes tiveram de mudar hábitos para que o consumo de energia baixasse. E não é que conseguiram? A redução foi superior a 50%.

A primeira medição do relógio foi feita em 27 de abril (02625). A segunda, no dia 4 de maio (02667). Vida normal até então. A partir de terça-feira passada, deveriam economizar no que fosse possível.

Terça-feira, a medição do relógio apontou (02686). Segundo o setor técnico da CPFL, o consumo era de 42 kWh e caiu para 19 kWh. Em reais, a queda foi de R$ 12,92 para R$ 5,85. Por isso, a república do Brejo merece ser o bom exemplo desta semana.

Na casa dos universitários Fábio e Lucas, 23 anos, e da publicitária Ivana, 25, nada de muitos eletrodomésticos. Nem lavadeira, nem ferro, nem microondas. O consumo fica por conta do chuveiro, geladeira, lâmpadas, computadores e ventiladores.

“Sempre tomei banhos demorados, dois por dia, em média, meia hora cada. Passei a desligar o chuveiro na hora de me ensaboar ou lavar o cabelo”, diz Fábio de Oliveira. Também deixou de acender a luz no banho da manhã.

Sem excesso
Outra mudança na rotina da república foi apagar as luzes quando não estivesse ninguém no cômodo. Era de praxe, eles acenderem as três lâmpadas da sala, colocar um ventilador, ligar a TV e os computadores e ainda deixar a luz da cozinha acesa.

Na última semana, só uma das três lâmpadas da sala funcionou. A da cozinha, ficou apagada. O ventilador não foi ligado. No lugar, eles decidiram abrir as janelas e deixar que o vento refrescasse o ambiente.

Na hora de dormir e também de manhã, antes de ir para a faculdade ou trabalho, passaram a tirar da tomada um aparelho onde é ligada a TV, os canais por assinatura, o telefone e um dos computadores.  “Sempre ficaram no stand-by. Com certeza consumiam energia porque a gente colocava a mão em cima e o aparelho estava quente.”

Economia

O convite feito pelo Bom Dia parece que vai ajudar a república a diminuir os gastos com energia definitivamente. Eles dizem que pretendem adotar essas medidas de economia na rotina da Brejo.

“Passamos o dia inteiro fora e gastamos em torno de R$ 100 por mês só com energia elétrica. É um absurdo e está pesando no bolso.”

Fábio diz que a proposta acabou resultando em experiência positiva para iniciar uma mudança.

Acabam de ganhar uma geladeira nova, que também vai ajudar a economizar. A que tinham até terça-feira era antiga e gastava muita energia.

Fábio diz que se tivesse trazido da casa de seus pais o hábito de economizar, as contas estariam mais equilibradas.

Como economizar
Substitua as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes. Iluminam melhor e economizam cerca de 40% de energia elétrica. Coloque o chuveiro na posição “verão” nos dias quentes. O consumo é 30% maior na posição “inverno”. Não pinte o teto e paredes internas da casa com cores escuras. Exigem lâmpadas mais fortes. Durante o dia, dê preferência à iluminação natural. Abra cortinas, janelas e persianas da sua casa.

República do Brejo

O por que do nome
Recebeu esse nome porque moram dois rapazes (sapos) e uma garota (perereca)

O que fazemDois são universitários e têm 23 anos. Uma é publicitária e tem 25

ProjetoCom a experiência da última semana e mais a geladeira nova que ganharam pretendem reduzir o consumo de energia.

Ajay Mathur como visionário da eficiência energética






Fonte: The Economic Times - 12.05.2010

Índia - o diretor geral do Departamento de Eficiência Energética (BEE, na sigla em inglês) da Índia, Ajay Mathur, é um dos "visionários" de eficiência energética da África, da Ásia, da Europa e da América do Sul que serão homenageados pela Alliance to Save Energy (ASE, na sigla em inglês). Mathur recebeu o prêmio na última terça-feira, dia 11 de maio, durante uma conferência da ASE em Washington, nos Estados Unidos, que reuniu líderes importantes de empresas, governos, meio ambiente e consumidores que promovem a utilização eficiente e limpa da energia no mundo. Mathur é também membro do Conselho de Mudanças Climáticas do Primeiro-Ministro e, ultimamente, está envolvido em conduzir as transformações do mercado indiano para a eficiência energética.


Seu trabalho inclui o programa de normas e etiquetagem de conservação de energia para aparelhos e eletrodomésticos, a construção de códigos e programas para a eficiência energética industrial e a gestão do lado da demanda em edifícios, na iluminação e em setores municipais. Antes de ingressar no BEE, o Dr. Mathur, que é engenheiro químico, liderava a Equipe de Mudanças Climáticas do Banco Mundial, em Washington, e a Divisão de Engenharia de Energia do Instituto de Energia e Recursos, em Nova Delhi. Ajay Mathur também é co-autor de três livros e autor de diversos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.


"Isso para mim é o reconhecimento dos esforços da Índia para administrar a sua intensidade energética em uma fase onde o consumo irá crescer muitas vezes mais", disse ele. "Continuamos analisando o consumo de energia e empregando as melhores práticas para desenvolver um quadro de política pública que garanta a eficiência energética. Através de consultas e colaborações com todos os interessados, nós objetivamos racionalizar o consumo de energia em todos os estágios da curva de crescimento",  conclui o diretor.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Palestras sobre economia de energia e água na Venezuela



Fonte: Nueva Prensa de Guayana - 10.05.2010

Venezuela - Com o objetivo de conscientizar os habitantes da comunidade El Libertador, alunos do segundo ano de ciências realizaram uma palestra sobre economia de água e energia, ensinando os benefícios obtidos com a conservação dos recursos, o que permite melhorar a qualidade de vida. As atividades desenvolvidas são parte do projeto comunitário que os alunos devem executar para obter o bacharelado na Unidade Educativa Nacional Upata, e para isso receberam a assessoria e o apoio dos professores Betsy Velázquez, David Muñoz e Edwin Aray.


Um grupo de 27 alunos, e os habitantes da comunidade El Libertador, assistiram à palestra, ministrada por quatro alunos, que explicaram os tópicos sobre por que se deve fazer o uso eficiente da energia, e deram conselhos para economizar eletricidade em casa. Os palestrantes Diobel Santil, Yannelys Bogarin, Islennys Pinto e Hennry Martínez disseram que é muito importante divulgar este tema atualmente, porque com a economia de energia não só o planeta se beneficiaria, mas também os habitantes da região.


Entre as recomendações dadas aos habitantes pelo grupo de palestrantes estão: apagar as luzes que não estão sendo utilizadas, não sobrecarregar as instalações elétricas, evitando conectar vários eletrodomésticos em uma extensão, tirar os aparelhos elétricos da tomada, instalar lâmpadas fluorescentes ou outras lâmpadas economizadoras, porque consomem 60% menos energia, e outras.

Casas que otimizam o consumo de energia


Fonte: La Nación - 05.05.2010
Argentina - Como destacou um leitor no último artigo publicado sobre cidades sustentáveis, o componente elementar do qual estão constituídas nossas cidades são as residências.  Estas podem ser departamentos dentro de edifícios ou casas individuais. Embora em cidades como Buenos Aires a maior economia seja proveniente de projetos de edifícios, neste momento focaremos nas casas e nas tecnologias mais avançadas do mundo, que fazem o consumo de energia ser reduzido quase a zero.

Um automóvel, quando acaba o combustível, deixa de cumprir sua função até que o tanque volte a ser cheio, e precisa de uma intervenção externa permanente. Imaginemos, hipoteticamente, um automóvel à energia solar. Dada a proximidade do nosso planeta com o sol, o carro poderia andar por anos sem intervenção, exceto com a troca de óleo e manutenção. Um veículo deste tipo poderia ser considerado quase autossuficiente. O mesmo conceito pode ser estendido às residências, que têm como função nos manter secos, a uma temperatura agradável, iluminados, e com energia para realizar diversas tarefas, como conservar os alimentos e lavar nossas roupas. Neste sentido, uma casa que pode realizar essas funções sem a dependência de energia externa também poderia ser considerada um sistema autossuficiente.

Um tipo de casa que mais se aproxima da autossuficiência é a chamada passivhaus alemã, idealizada pelo sueco Bo Adamson e pelo alemão Wolfgang Feist. Como seu nome indica, essas construções conseguem, de maneira passiva (por seu design) criar um habitat cômodo e agradável, inclusive em áreas frias. As passivhaus utilizam grande isolamento térmico para que o calor não escape no inverno e não entre no verão. A redução média de consumo de energia obtida é de 70%. Além disso, também existe a energia solar para gerar eletricidade (painéis solares fotovoltáicos) ou aquecer água (painéis solares térmicos). Calcula-se que existam no mundo, atualmente, de 15 mil a 20 mil passivhaus, quase todas localizadas na Alemanha, na Áustria e a península escandinava. As primeiras foram construídas em Darmstadt na Alemanha, em 1990.

Para ser considerada uma passivhaus, a construção deve cumprir os seguintes critérios: deve ter uma demanda anual de climatização menor que 15 kWh/m² por ano em calefação e 15 kWh/m² com refrigeração; a energia necessária total para consumo (calefação, água quente sanitária e eletricidade) deve ser menor que 120 kWh/m²; e a edificação deve ter perdas de ar menores que 0,6 vezes de seu volume por hora. Mas, além de aproveitar a radiação solar, o conceito passivhaus está muito focado em reaproveitar o calor proveniente de dispositivos caseiros como eletrodomésticos, artigos de iluminação e também o calor de pessoas e animais. A chave para que esse aproveitamento está na ventilação obtida através de sistemas mecânicos de recuperação de calor e motores elétricos de alta eficiência. Ainda que não seja exatamente uma passivhaus, a partir de 1º de junho, a Câmara de Indústria e Comércio Argentino-Alemão, os argentinos poderão visitar a Casa Alemã, que demonstrará numerosas tecnologias eficientes energeticamente e aproveitamento da energia solar.

Adaptação da voltagem e o aumento da eficiência energética


Fonte: Portal Lumière - 05.05.2010
Reino Unido - Um novo método de eficiência energética foi desenvolvido para diminuir a quantidade de energia usada nas residências. Os edificíos no Reino Unido são, normalmente, abastecidos com uma voltagem de 240V.

Segundo a executiva senior da powerPerfector, Karen Ford, a maioria dos equipamentos elétricos irão funcionar em melhores condições com fontes com voltagens de 220V. Essa discrepância induziu a powerPerfector a desenvolver uma nova tecnologia, chamada Voltage Power Optimisation, que adapta as voltagens principais ao nível mais baixo exigido pelo dispositivo.

A Voltage Power Optimisation reduziu o uso de energia e as emissões de carbono em mais de 20%, alega a companhia. Karen Ford comentou ainda que "isso representa uma enorme oportunidade para as construções ambientais no Reino Unido para economizar killowatts/hora.

Isso porque é possível aperfeiçoar a energia a ponto de suprir energeticamente apenas com essa otimização. Isso irá economizar energia, custos e evitar a emissão de carbono". De acordo com a Confederação Britânica da Indústria, o Reino Unido desperdiça cerca de 15 milhões de libras por dia devido à ineficiência energética dos edifícios.

Seis "esteiras inteligentes" serão instaladas entre as estações de metro em São Paulo

Estações do metrô de SP terão 6 'esteiras inteligentes'
Fonte: Estadão - 04.05.2010
São Paulo - Trezentos metros separam, em São Paulo, a futura Estação
Paulista (Linha 4-Amarela) e a Consolação (Linha 2-Verde) e, quando a
primeira for inaugurada, um pouco menos de um terço desse percurso
poderá ser feito sem esforço pelos passageiros. Um conjunto de seis
esteiras rolantes "inteligentes" vão transportar os usuários por 90
metros a uma velocidade de 2,5 quilômetros por hora.

Serão três corredores de esteiras rolantes, cada um com dois
equipamentos. Cada unidade mede 1,10 metro de largura por 45 metros de
comprimento, e uma viagem de um lado a outro, percorrendo duas
esteiras consecutivas, deve levar dois minutos e 18 segundos - isso se
o passageiro permanecer parado.

Os aparelhos, fabricados pela ThyssenKrupp, são do modelo "Iwalk", mas
também são conhecidas como "esteiras inteligentes". O nome vem do
sistema de uso eficiente da energia elétrica. Quando não há
passageiros, ela fica parada. É só alguém colocar o pé no equipamento
e ele entra em ação.

Segundo a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), a
capacidade máxima conjunta das seis esteiras é de 20 mil usuários por
hora, nos momentos de maior movimento. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.

"Casa Alemã" roda a América Latina


Fonte: Deustche Welle Brasil - 02.05.2010
Brasil - Parte de contêineres, paredes brancas com vãos livres, vidraças e uma superfície difícil de ser identificada a longa distância. Assim é descrito o objeto exposto em pleno Parque Ibirapuera, em São Paulo.

A construção é, na verdade, um protótipo de casa que convida os transeuntes do parque a conhecer um conceito de moradia que combina energias renováveis e eficiência energética. Batizada como "Casa Alemã", o espaço foi elaborado com tecnologias desenvolvidas naquele país e traz soluções que poderão ser aplicadas na construção civil brasileira.

Apesar de São Paulo não ser exatamente conhecida por positivos aspectos ambientais – é cortada por dois rios com trechos poluídos e mal cheirosos e concentra um dos trânsitos mais pesados do mundo, o que prejudica a qualidade do ar – a cidade foi escolhida para abrir o roadshow que passará por outras 12 cidades na América Latina.

“Inegavelmente, São Paulo é a maior cidade na América do Sul em termos de avanço tecnológico e preocupação ambiental. Tenho certeza de que São Paulo é a cidade que tem o nível de conscientização mais alto”, justifica Ricardo Ernest Rose, diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.

A casa ideal

O projeto desenvolvido pela Universidade Técnica de Darmastadt foi vencedor do Solar Decathlon, promovido pelo governo dos Estados Unidos – concurso que reconhece melhores ideias de casas, que só usam o sol como fonte energética. E veio parar na América Latina por iniciativa do ministério alemão da Economia e apoio da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.

Além dos painéis fotovoltaicos – superfície difícil de ser reconhecida de longe, por ser ainda pouco utilizada no Brasil – a casa traz soluções arquitetônicas e técnicas que permitem o uso eficiente e econômico de energia.

Uma das características mais atraentes da construção: ela gera mais energia do que consome e o excesso é armazenado em baterias. O isolamento das paredes e janelas também ajuda a manter a temperatura interna agradável, além de um sistema de ventilação inteligente.

Seria possível?

“Não é uma coisa para você copiar exatamente. O que fica claro é o seguinte: precisamos absorver mais o conceito de utilização dos recursos naturais, de espaços onde se penetre mais ar e mais luz, por exemplo. (...) A fotovoltaica está começando ainda no Brasil, ainda não temos fabricantes, mas deveremos ter em breve”, analisa Ricardo Ernest Rose, lembrando que o Brasil, México e Argentina são os maiores mercados ambientais no continente.

O secretário de Habitação do estado de São Paulo, Lair Alberto Krähenbühl, adianta a novidade: “Tudo o que você vê aqui a gente tem condição de fabricar no Brasil. Fui procurado por dois empresários, que querem arrumar uma área de 50 mil metros para montar uma fábrica de células fotovoltaicas e aquecedores solares. Acho que teremos oportunidade de trazer muita coisa para cá a médio prazo.”

Krähenbühl lembra que algumas iniciativas estaduais já estimulam o uso racional de fontes renováveis, como a instalação de aquecedores solares em casas populares construídas pelo governo.

“Evidentemente você não pode importar uma casa como essa, não compensa. Mas de uma coisa você pode ter certeza: nós seremos eles amanhã”, diz o secretário, que vê com otimismo o Brasil, no futuro, como difusor de tecnologias como as já usadas na Alemanha.

Fábricas de calçados de Nova Serrana reduzem energia em até 30%


Fonte: Guia BD - 02.05.2010
Minas Gerais - Um programa de otimização e redução de energia elétrica está sendo implantado em fábricas de calçados de Nova Serrana. As ações desenvolvidas por engenheiros eletricistas devem gerar uma economia de cerca de 30% no consumo de energia. O trabalho começa com uma conversa para saber se há alguma previsão de mudanças na empresa. O consumo de energia de todo equipamento elétrico e o que cada um representa na conta mensal também são avaliados. Os técnicos olham as condições da fiação. Com um aparelho verificam se a iluminação está adequada para o trabalhador desempenhar a função. As avaliações fazem parte do projeto de redução de energia implantado em Nova Serrana. Numa fábrica de calçados ortopédicos que funciona há 28 anos, a parte elétrica precisa de reparo. Na empresa trabalham 150 pessoas. O resultado vai beneficiar o bolso do dono, Heleno Freitas, e refletir diretamente na produtividade. E economia é a palavra de ordem nas indústrias nesse momento. A partir de maio os empresários do setor vão pagar um reajuste de mais de 6% nas contas de energia. Numa fábrica de tênis na cidade, o valor é, em média, R$10 mil. Com o aumento, Júnior César Silva vai pagar cerca de R$600 a mais. Algumas medidas para amenizar a alta já foram tomadas. As luminárias e telhas foram trocadas e as janelas não têm mais cortinas para entrada da luz natural. Iniciativa que resultou em 10% de economia e agora espera, ainda, menos gastos com as ações do programa.

Entidades em Minas Gerais assinam convênio para economizar energia


Fonte: O Debate - 30.04.2010
Minas Gerais - Cerca de 50 entidades dos municípios de Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo, Santana do Paraíso, Belo Oriente, Marliéria, Jaguaraçu e Periquito assinaram um convênio com o Programa Energia do Bem - ação conjunta entre Governo de Minas, a Cemig e a deputada Estadual Rosângela Reis, que prevê repasse de verbas a entidades do terceiro setor.

No evento foram discutidos também a primeira Lei do Voluntariado Transformador no Brasil e no mundo, de autoria da deputada Rosângela Reis, além da importância do terceiro setor na sociedade. Estavam presentes a deputada estadual Rosângela Reis, Rodrigo Starling, do Instituto de Gestão Organizacional e Tecnologia Aplicada (Igetec); Tiago Cacique, do Centro Mineiro de Alianças Intersetoriais (Cemais), e Higino Souza, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

O Programa Energia do Bem, prevê a distribuição e instalação, para cerca de 50 entidades da região, de equipamentos de comprovada eficiência energética, como aquecedor solar, lâmpadas econômicas, geladeira eficiente e chuveiros de última geração para creches, asilos, albergues, casas de passagem, centro de recuperação de dependentes químicos e casas-lares.

Eletrobras/Procel e Inmetro buscam ampliação de laboratórios para etiquetagem de edifícios


Eletrobras/Procel e Inmetro realizam workshop visando ampliação da rede de laboratórios acreditados para avaliar nível de eficiência energética das edificações
Dayanne Jadjiski, para o Procel Info

Prédio do LabEEE/UFSC: único laboratório que concede etiqueta para edificações.
Ampliar a rede de laboratórios acreditados para avaliar o nível de eficiência energética das edificações. Com esse objetivo, a Eletrobras, no âmbito do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), realizou na última terça-feira, 27 de abril, o workshop “Acreditação de Organismos de Inspeção para Etiquetagem de Edifícios”. Realizado no Rio de Janeiro, o evento contou com a participação de representantes do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), do Ministério de Minas e Energia, da Eletrobrasdo Procel Edifica e do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE) da Universidade Federal de Santa Catarina, o único designado para etiquetagem de prédios.   

As perspectivas do mercado de eficiência energética em edificações foram o tema do painel, realizado pelo presidente do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética do MME, Paulo Leonelli. De acordo com o executivo, entre as expectativas do ministério estão a facilitação das condições de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para os prédios eficientes energeticamente através do BNDES ProCopa Turismo – Hotel Eficiência Energética. O objetivo do programa é financiar a construção, reforma, ampliação e modernização de hotéis que obtenham etiqueta de eficiência energética nível A. O MME, juntamente com a Caixa Econômica Federal, também estuda formas de beneficiar o financiamento de empreendimentos etiquetados.

Segundo Leonelli, o prédio onde está instalada a sede do ministério, em Brasília, inicia o processo de etiquetagem de eficiência energética. Para implantar as melhorias no edifício, o MME contará com o apoio da Universidade de Brasília (UNB) e recursos da Companhia Energética de Brasília. Atualmente cinco edificações possuem a ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) e outros 40 prédios estão em processo de avaliação. Os critérios utilizados para a concessão a análise da eficiência da envoltória, dos sistemas de iluminação, que são responsáveis por cerca de 30% do consumo do edifício, e do condicionamento de ar, que responde pelos 40% restantes. Os prédios também podem ganhar bonificações, adquiridas através de racionalização do consumo de água, uso de energias renováveis, cogeração ou inovações tecnológicas.

Para o gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras, Fernando Perrone, a acreditação dos laboratórios é uma etapa fundamental para que o mercado tenha um diferencial quanto à eficiência no uso da energia elétrica. "O usuário vai poder perceber quanto vai economizar durante toda a vida útil do seu imóvel. Um edifício bem projetado pode gerar uma economia de até 50%, se utilizados os conceitos de recursos naturais, como iluminação e ventilação naturais, além da envoltória, no caso de um prédio novo", estima Perrone. As etiquetas também podem ser concedidas a prédios já existentes.

A validade da ENCE de projeto e de edifício construído é de três anos e cinco anos, respectivamente, segundo o coordenador do LabEEE, da UFSC, Roberto Lamberts, que participou do evento no painel Etiquetagem de Edificações. De acordo com o professor, a avaliação do projeto leva cerca de um mês e a da construção, aproximadamente uma semana. Aplicável a prédios com área útil superior a 500 m² ou atendidos por alta tensão, a etiquetagem de edifícios é voluntária, mas já é prevista que se torne obrigatória. "Imaginamos tornar compulsória daqui a quatro anos, mas temos que ter laboratórios acreditados. É preciso que sejam feitos estudos para ver a aceitabilidade do mercado para etiquetas, acompanhar a evolução dos 40 prédios em andamento e transformar estes 40 em 400", conta.
"Um edifício bem projetado pode gerar uma economia de até 50%, se utilizados os conceitos de recursos naturais, como iluminação e ventilação naturais, além da envoltória, no caso de um prédio novo", estima Perrone", estima Perrone, do Procel Edifica

O LabEEE desenvolveu a metodologia de avaliação dos edifícios e atualmente é o único a realizar as avaliações de etiquetagem de edifícios. Para o chefe da Divisão de Programas de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Gustavo Kuster, foi importante em um primeiro momento ter apenas um laboratório responsável pela etiquetagem, mas agora a ideia é a ampliação do número de organismos de inspeção. " Precisávamos ter um acompanhamento para que pudéssemos monitorar os pontos de controle desse processo, que é muito diferente do que já fizemos antes. Agora que a questão ja está solidificada, a ideia é ampliar o número de laboratórios acreditados para dar a etiqueta", diz. A capacitação de profissionais é uma das necessidades no processo de etiquetagem. "São necessários inspetores e auditores qualificados porque o processo é baseado em inspeção, então é importante ter pessoal com capacidade para analisar projeto de construção civil e inspetores para verificar a execução do projeto", afirma. 

Além dos edifícios comerciais, de serviços e públicos, as edificações residenciais também receberão a etiqueta. De acordo com Perrone, a ideia é que o lançamento para as edificações unifamiliares e multifamiliares ocorra em novembro deste ano. Para os próximos anos, o presidente do CGIEE, Paulo Leonelli, espera que, como o mercado está sendo fomentado a demandar etiqueta de eficiência energética, haja uma flexibilização, por parte do Inmetro, para que se consiga a ampliação dos organismos de inspeção. Segundo Kuster, esta flexibilização vai existir, mas ressaltou que o objetivo do programa é alavancar a qualidade da eficiência do edificio.

No evento foi lançado o ambiente reservado à etiquetagem de edifícios no site do Procel Info. Poderão ser feitos downloads das publicações técnicas relacionadas à etiquetagem em edifícios comerciais, de serviço e públicos, além de explicações sobre a ENCE.