Chanceler alemã, Angela Merkel, deposita seu voto após debate sobre energia nuclear |
Alemanha - O Parlamento alemão (Bundestag) aprovou na quinta-feira, 30 de junho, o projeto de lei que prevê o fechamento das usinas nucleares do país até 2022, proposto pelo governo da chanceler Angela Merkel.
A iniciativa da coalizão governamental – formada por democratas-cristãos e liberais – obteve o apoio da oposição social-democrata e verde, apesar das fortes críticas feitas por estes dois partidos.
Dos 600 votos computados, 513 foram a favor da proposta, oito parlamentares se abstiveram e 79 optaram por votar contra, alegando que ela não contempla a inclusão na Constituição de uma cláusula que proíba expressamente o uso e desenvolvimento da energia nuclear, tanto para fins pacíficos como militares.
O partido social-democrata criticou o oportunismo do governo e sua brusca mudança de posição no tema energético, que gerou "incerteza" e grandes custos aos cidadãos, segundo Sigmar Gabriel, presidente da legenda.
Renate Künast, porta-voz dos Verdes, lembrou que sua decisão de apoiar o "blecaute" não é incondicional, e ressaltou que o trâmite de hoje é "só um passo intermediário", porque ainda restam muitos temas pendentes em energia, como o desenvolvimento das renováveis ou o estabelecimento de um "cemitério nuclear" permanente.
O consenso sobre o "blecaute nuclear" não se aplicou ao restante do pacote de medidas proposto pelo governo – mas que foi aprovado graças aos votos da coalizão.
Entre as medidas aprovadas no Bundestag está o fechamento definitivo dos oito reatores atômicos - os sete mais antigos e um com problemas - que foram suspensos de maneira temporária após a catástrofe de Fukushima, assim como o calendário de fechamento dos restantes.
Além disso, foi aprovado um variado conjunto de planos que abrange desde a regulação do isolamento nos edifícios para melhorar a eficiência energética ao programa de fomento das energias renováveis, passando pela reforma da rede elétrica nacional.
O plano para desligar os 17 reatores nucleares da Alemanha até 2022 foi elaborado em regime de urgência após a catástrofe de Fukushima e representa uma mudança radical em relação ao programa energético anterior, que apostava na energia atômica.
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