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sexta-feira, 25 de março de 2011

Reality show aposta no incentivo à redução das emissões de carbono

Suécia - Família participante de um reality show transmitido pela internet pretende reduzir suas emissões de carbono por pessoa de 7,9 toneladas ao ano para apenas 1 tonelada ao ano, mostra revista IstoÉ

Suécia - O reality show sueco exibido na internet, "One Tonne Life", mostra o desafio de uma família em levar uma vida normal reduzindo em sete vezes o impacto que provoca no meio ambiente. As semelhanças com o reality show mais popular da televisão se limitam a exibição de pessoas confinadas em um local cheio de câmeras. Com a média anual de emissões per capita do país de sete toneladas de carbono, a Suécia ocupa o 74º lugar no ranking mundial, e Nils, Alicja e seus filhos Hannah e Jonathan pretendem viver um ano deixando uma pegada de carbono de no máximo uma tonelada por morador.

Para ajudar a missão da família Lindell, uma casa especial foi construída em Estocolmo com diversas medidas de economia de energia e redução das emissões de carbono como janelas eficientes, telhado e fachada com painéis solares, estação de reciclagem e utilização de lâmpadas LED. Em uma reportagem publicada na revista Isto É, é possível conferir todas as medidas sustentáveis aplicadas na casa, além da redução alcançada nas cinco primeiras semanas do experimento.

Energia Limpa: em busca de soluções

Fonte: Ambiente Energia - 21.03.2011

Santa Catarina - O Instituto para o Desenvolvimento das Energias Alternativas na América Latina (Ideal) realizará, nos dias 4 e 5 de abril, em Florianópolis (SC), o 2º Seminário “Energia Limpa, Conhecimento, Sustentabilidade e Integração – Ideias energéticas e ambientais para o futuro da América Latina”. Segundo os organizadores, o “objetivo do evento é discutir a geração de conhecimento em inovações sustentáveis e integradoras, desenvolvendo soluções para um mundo com grandes desafios sociais e ambientais, de forma ampla o suficiente para lidar com as diversidades que enriquecem nossa sociedade”.

A palestra de abertura, no dia 4 de abril, será feita pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Antes da palestra, acontecerá a mesa-redonda “Fontes alternativas na matriz energética da América Latina: já estamos preparados?”, com a participação de Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace Brasil; Cícero Blay, superintendente de Energias Renováveis da Itaipu; Regina Migliori, consultora em Cultura de Paz da Unesco e coordenadora do Núcleo de pesquisas do Cérebro e da Consciência vinculado ao Instituto Migliori; e Curt Trennepohl, presidente do Ibama.

O segundo dia de seminário começa com o debate sobre conhecimento, sustentabilidade e integração na América Latina, com representantes de universidades e entidades de países da região. O aproveitamento do lixo para geração de energia também está na pauta com duas palestras: “Lixo: novos desafios com a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, com o consultor em desenvolvimento Sustentável, Walfrido de Assunção Ataíde; e “A experiência de Maldonado na geração de biogás em aterro sanitário”, com Sebastián Bajsa, engenheiro da prefeitura municipal de Maldonado, no Uruguai.

O seminário marcará também o lançamento da terceira edição do concurso de monografias sobre Energias Renováveis e Eficiência Energética – Eco_Lógicas. O evento é gratuito.

terça-feira, 15 de março de 2011

Tragédias naturais como do Japão expõem perda da noção de limite





Abaixo artigo de Marco Aurélio Weissheimer que traz uma importante reflexão.


Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se, por um lado, temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação, por outro, a qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter empobrecido. A humanidade está bordejando todos os limites perigosos do planeta Terra e se aproxima cada vez mais de áreas de risco. A ideia de limite se perdeu e a maioria das pessoas não parece muito preocupada com isso.

por Marco Aurélio Weissheimer, na Carta Maior

No dia 1° de novembro de 1775, Lisboa foi devastada por um terremoto seguido de um tsunami. A partir de estudos geológicos e arqueológicos, estima-se hoje que o sismo atingiu 9 graus na escala Richter e as ondas do tsunami chegaram a 20 metros de altura. De uma população de 275 mil habitantes, calcula-se que cerca de 20 mil morreram. Além de atingir grande parte do litoral do Algarve, o terremoto e o tsunami também atingiram o norte da África. Apesar da precariedade dos meios de comunicação de então, a tragédia teve um grande impacto na Europa e foi objeto de reflexão por pensadores como Kant, Rousseau, Goethe e Voltaire. A sociedade europeia vivia então o florescimento do Iluminismo, da Revolução Industrial e do Capitalismo. Havia uma atmosfera de grande confiança nas possibilidades da razão e do progresso científico.

No Poème sur le desastre de Lisbonne (“Poema sobre o desastre de Lisboa”), Voltaire satiriza a ideia de Leibniz, segundo a qual este seria “o melhor dos mundos possíveis”. “O terremoto de Lisboa foi suficiente para Voltaire refutar a teodiceia de Leibniz”, ironizou Theodor Adorno. “Filósofos iludidos que gritam, ‘Tudo está bem’, apressados, contemplam estas ruínas tremendas” – escreveu Voltaire, acrescentando: “Que crimes cometeram estas crianças, esmagadas e ensanguentadas no colo de suas mães?”

Rousseau não gostou da leitura de Voltaire e responsabilizou a ação do homem, que estaria “corrompendo a harmonia da criação”. "Há que convir... que a natureza não reuniu em Lisboa 20 mil casas de seis ou sete andares, e que se os habitantes dessa grande cidade se tivessem dispersado mais uniformemente e construído de modo mais ligeiro, os estragos teriam sido muito menores, talvez nulos", escreveu.

Já Kant procurou entender o fenômeno e suas causas no domínio da ordem natural. O terremoto de Lisboa, entre outras coisas, acabará inspirando seus estudos sobre a ideia do sublime. Para Kant, “o Homem, ao tentar compreender a enormidade das grandes catástrofes, confronta-se com a Natureza numa escala de dimensão e força transumanas que, embora tome mais evidente a sua fragilidade física, fortifica a consciência da superioridade do seu espírito face à Natureza, mesmo quando esta o ameaça”.

A tragédia que se abateu sobre Lisboa, portanto, para além das perdas humanas, materiais e econômicas, impactou a imaginação do seu tempo e inspirou reflexões sobre a relação do homem com a natureza e sobre o estado do mundo na época. Uma época, cabe lembrar, onde os meios de comunicação resumiam-se basicamente a algumas poucas, e caras, publicações impressas, e à transmissão oral de informações, versões e opiniões sobre os acontecimentos. Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se, por um lado, temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação, por outro, a qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter empobrecido, se comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de Lisboa.

A espetacularização das tragédias e a perda da noção de limite

Em maio de 2010, em uma entrevista à revista Adverso (da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o geólogo Rualdo Menegat, professor do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS, criticou o modo como a mídia cobre, de modo geral, esse tipo de fenômeno.

“Ela espetaculariza essas tragédias de uma maneira que não ajuda às pessoas entenderem que há uma manifestação das forças naturais aí e que nós precisamos saber nos precaver. A maneira como a grande imprensa trata estes acontecimentos (como vulcões, terremotos e enchentes), ao invés de provocar uma reflexão sobre o nosso lugar na natureza, traz apenas as imagens de algo que veio interromper o que não poderia ser interrompido, a saber, a nossa rotina urbana. Essa percepção de que nosso dia a dia não pode ser interrompido pela manifestação das forças naturais está ligada à ideia de que somos sobrenaturais, de que estamos para além da natureza”.

Para Menegat, uma das principais lacunas nestas coberturas é a ausência de uma reflexão sobre a ideia de limite. É bem conhecida a imagem medieval de uma Terra plana, cujos mares acabariam em um abismo. Como ficou provado mais tarde, a imagem estava errada, mas ela trazia uma noção de limite que acabou se perdendo. “Embora a imagem estivesse errada na sua forma, ela estava correta no seu conteúdo. Nós temos limites evidentes de ocupação no planeta Terra. Não podemos ocupar o fundo dos mares, não podemos ocupar arcos vulcânicos, não podemos ocupar de forma intensiva bordas de placas tectônicas ativas, como o Japão, o Chile, a borda andina, a borda do oeste americano, como Anatólia, na Turquia”, observa o geólogo.

Não podemos, mas ocupamos, de maneira cada vez mais destemida. O que está acontecendo agora com as usinas nucleares japonesas atingidas pelo grande terremoto do dia 11 de março é mais um alarmante indicativo do tipo de tragédia que pode atingir o mundo globalmente. O que esses eventos nos mostram, enfatiza Menegat, é a progressiva cegueira da civilização humana contemporânea em relação à natureza. A humanidade está bordejando todos os limites perigosos do planeta Terra e se aproxima cada vez mais de áreas de risco, como bordas de vulcões e regiões altamente sísmicas. “Estamos ocupando locais que, há 50 anos, não ocupávamos. Como as nossas cidades estão ficando gigantes e cegas, elas não enxergam o tamanho do precipício, a proporção do perigo desses locais que elas ocupam”, diz ainda o geólogo, que resume assim a natureza do problema:

"Estamos falando de 6 bilhões e 700 milhões de habitantes, dos quais mais da metade, cerca de 3,7 bilhões, vive em cidades. Isso aumenta a percepção da tragédia como algo assustador. Como as nossas cidades estão ficando muito gigantes e as pessoas estão cegas, elas não se dão conta do tamanho do precipício e do tamanho do perigo desses locais onde estão instaladas. Isso faz também com que tenhamos uma visão dessas catástrofes como algo surpreendente".

A fúria da lógica contra a irracionalidade

Como disse Rousseau, no século XVIII, não foi a natureza que reuniu, em Lisboa, 20 mil casas de seis ou sete andares. Diante de tragédias como a que vemos agora no Japão, não faltam aqueles que falam em “fúria da natureza” ou, pior, “vingança da natureza”. Se há alguma vingança se manifestando neste tipo de evento catastrófico, é a da lógica contra a irracionalidade. Como diz Menegat, a Terra e a natureza não são prioridades para a sociedade contemporânea. Propagandas de bancos, operadoras de cartões de crédito e empresas telefônicas fazem a apologia do mundo sem limites e sem fronteiras, do consumidor que pode tudo.

As reflexões de Kant sobre o terremoto de Lisboa não são, é claro, o carro-chefe de sua obra. A maior contribuição do filósofo alemão ao pensamento humano foi impor uma espécie de regra de finitude ao conhecimento humano: somos seres corporais, cuja possibilidade de conhecimento se dá em limites espaço-temporais. Esses limites estabelecidos por Kant na Crítica da Razão Pura não diminuem em nada a razão humana. Pelo contrário, a engrandecem ao livrá-la de tentações megalomaníacas que sonham em levar o pensamento humano a alturas irrespiráveis. Assim como a razão, o mundo tem limites. Pensar o contrário e conceber um mundo ilimitado, onde podemos tudo, é alimentar uma espécie de metafísica da destruição que parece estar bem assentada no planeta. Feliz ou infelizmente, a natureza está aí sempre pronta a nos despertar deste sono dogmático.

Aquecimento Global: O que você tem a ver com isso? (Parte IV)




O etanol (ou álcool) foi utilizado pela primeira vez como combustível veicular nos anos 1920 do século passado. A crise do petróleo na década de 1970 motivou o Brasil a criar o Programa Nacional do Álcool (Pró-Alcool) cujo objetivo era evitar o aumento da dependência externa de petróleo. Em 1978 foi lançado o primeiro carro a álcool no Brasil. Em 1985 as vendas de carro a álcool atingiram níveis superiores a 95,8% de veículos leves no mercado interno. Em 1986 iniciou-se uma alteração no mercado internacional do petróleo. Os preços do barril caíram mais de 50% e a consequência disso foi que os programas de substituição do petróleo, como o Pró-Álcool, entraram em bancarrota. Os recursos públicos para subsidiar o Pró-Álcool deixaram de existir. Uma vez mais os interesses da onipotente indústria do petróleo ditaram as regras no Brasil e no mundo. Abandonamos o caminho da sustentabilidade energética e o ouro negro voltou a reinar soberano nos motores de ciclo Otto em nosso país.
Em março de 2003 a tecnologia dos motores flex fuel entrou no mercado brasileiro e conquistou rapidamente os consumidores. Um carro flex pode ser movido a gasolina, a álcool ou a uma mistura dos dois combustíveis. Mas essa tecnologia que poderia representar uma melhoria imensurável para o meio ambiente – estudo realizado pela Embrapa Agrobiologia comprovou que um veículo que utiliza etanol produzido a partir da cana-de-açúcar em substituição à gasolina é capaz de reduzir em até 73% as emissões de CO2 na atmosfera – esbarra no popular fator 0,7. Só é vantajoso abastecer com etanol quando seu preço é inferior a 70% do preço da gasolina. Esse cálculo considera o fato do etanol ser menos energético que a gasolina. Dia desses passando por um posto de combustíveis em Itaperuna fiz as contas: Gasolina R$ 2,79 x 70% = R$ 1,95, mas o litro do etanol estava custando R$ 2,04. Por que o etanol é tão caro em Itaperuna? Um dos fatores é o custo do transporte. Em regiões produtoras de etanol, como o Estado de São Paulo, esse chega a custar 56% do preço da gasolina. Em passado recente a cidade de Campos dos Goytacazes produzia grandes quantidade de álcool. Na última grande safra registrada em 1988 foram produzidos 227 milhões de litros de etanol. A produção sucro-alcooleira atual na região se reduziu a 1/3 da produção dos anos oitenta.
Se compararmos o etanol produzido por nós a partir da cana-de-açucar com o etanol de milho produzido pelos EUA temos: (i) produzimos 2 vezes mais por hectare; (ii) o balanço energético do etanol brasileiro é 6,4 vezes maior; (iii) a redução da emissão dos gases de efeito estufa é 3 vezes maior; (iv) o custo da produção é 27% menor. Eis a nossa vantagem comparativa. No próximo artigo iremos abordar outros combustíveis sustentáveis e eficientes.

Adriano Ferrarez, é professor de Física do IFF Campus Itaperuna

quinta-feira, 10 de março de 2011

Matriz Energética Brasileira 50% limpa




Renováveis respondem por metade da matriz energética no país, diz IPEA

O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a oferta de energia no Brasil segue dividida entre fontes poluentes e não poluentes. Usando como referências os planos do governo para a área energética, como o Balanço Energético Nacional, o Plano Decenal de Expansão de Energia 2008-2017 e o Plano Nacional de Energia 2030, o texto faz um balanço sobre a matriz energética brasileira atual e destaca ações que considera importantes para deixar o cenário mais sustentável no futuro.

"O Brasil tem sido exemplo mundial no uso de energias renováveis ao manter, desde os anos 1970 até 2009, matriz energética que oscila entre 61% (1971) e 41% (2002) originada de fontes renováveis", indica a análise.

Em 2008, a parcela de energias renováveis no país foi de 45,9%, "bastante superior à média global, de 12,9%", segundo o texto. As renováveis incluem a participação de hidroelétricas e produtos da cana-de-açúcar, como o etanol e o bagaço, além do carvão vegetal e a lenha.

Apesar disso, o relatório diz que continuará forte a dependência do petróleo na matriz, até 2030. A energia gerada a partir desta fonte não renovável deverá responder por pelo menos um terço do total nos próximos 20 anos, destaca o texto. A matriz passou de altamente dependente de lenha e carvão vegetal para altamente dependente do petróleo, a partir da década de 1940, quando se alavancou a industrialização do país.

Segundo o texto, a participação da energia eólica cresceu no país nos últimos anos e a opção mostra-se hoje como economicamente viável. Já o setor da energia solar ainda é "tímido" e sua participação na matriz brasileira é hoje considerada residual.

O texto também avalia a influência no setor na poluição atmosférica. Por ser uma atividade naturalmente impactante o setor energético é responsável por quase 10% de todo o consumo final de energia no país. Dessa forma, o setor responde por cerca de 16% das emissões nacionais de gases de efeito estufa no Brasil.

Fonte: Gazetaweb.com/Alagoas

Confrontos no norte da África levantam dúvidas sobre o Desertec




Ambicioso projeto Desertec objetiva produzir energia solar na África e exportá-la para a Europa. A atual instabilidade nos países africanos participantes, no entanto, levanta questionamento sobre a iniciativa.


O sol brilha no norte da África e no Oriente Média cerca de 3 mil horas por ano, ou seja, por um tempo três vezes maior do que na Alemanha. O fato evidencia o quão vantajoso seria, para a Europa, converter essa energia solar em eletricidade e exportá-la para o continente.

Para que esse objetivo seja alcançado, fundou-se a iniciativa industrial Desertec. Um projeto ambicioso, que quer, ao mesmo tempo, promover ajuda ao desenvolvimento nos países do norte africano e assegurar o abastecimento de energia na Europa.

No entanto, os conflitos na região trouxeram alguns questionamentos quanto ao futuro do Desertec. Já teria a energia do deserto virado história antes mesmo de a primeira usina ser conectada à rede de transmissão?

Estima-se que até 400 bilhões de euros serão necesários nas próximas quatro décadas para transformar o projeto em realidade. Paul van Son, presidente do Desertec, ocupa-se quase diariamente de esclarecer por que se deveria investir tanto dinheiro já nos próximos meses numa região de instabilidade política.

Segundo Van Son, o ambiente político incerto não deve ser visto apenas como um perigo, mas também como oportunidade. Já agora, os investimentos são mais importantes do nunca: "Por meio de uma forte cooperação entre Europa e esses países pode-se conseguir a estabilidade."

Com ajuda alemã

O objetivo da iniciativa Desertec é construir grandes usinas solares e eólicas no norte da África e no Oriente Médio para que, até 2050, seja abastecida grande parte da população local e suprida 15% da demanda europeia.

O grupo espera obter apoio político principalmente da Alemanha, por meio do Deutsche Bank, da Siemens, da Schott Solar e das companhias de energia E.ON e RWE. Por esse motivo, o governo alemão acompanhou o projeto com interesse desde seu início.

Um primeiro modelo do Desertec deverá ser implantado no Marrocos. O país já trabalha em planos próprios de desenvolvimento da energia solar e anunciou uma usina em Ouazazarde. O Desertec planeja ali uma planta para energia solar térmica e fotovoltaica.

No máximo em cinco anos deverá ser iniciada a produção de 500 megawatts, dos quais 33% devem ficar no Marrocos e o restante deve ser exportado para a Europa.

Relações entre a África e a Europa

O governo alemão disse apoiar a iniciativa, e afirmou que não deve retirar apoio com o aumento da insegurança política na região. "A parceria energética com o Marrocos pode ser um modelo para outras parcerias com a Tunísia, Egito ou Argélia", afirmou o ministro alemão de Economia, Rainer Brüderle, num encontro com o ministro marroquino de Energia.

Os europeus estão sendo convocados a oferecer, já agora, um sinal claro e providenciar ajuda mútua. Um projeto como o Desertec poderia assumir, de uma vez, várias tarefas: assegurar o abastecimento do mercado europeu, prestar ajuda ao desenvolvimento do norte da África e ajudar na estabilização da região.

Um grande desafio é o transporte dessa energia do norte africano para a Europa. Atualmente há apenas uma linha de transmissão entre o Marrocos e a Espanha. Está programada uma ligação entre a Tunísia e a Itália, uma outra na Argélia ainda será discutida.

Klaus Töpfer, ex-ministro alemão do Meio Ambiente e, posteriormente, chefe do programa ambiental da ONU, não encara o problema como insolúvel. Segundo Töpfer, que é conselheiro do projeto, a China já dispõe de uma técnica de linha de transmissão de alta tensão que permite o transporte de energia por mais de 5 mil quilômetros.

Quem pagará a conta?

O consórcio Desertec, que reúne cerca de 50 empresas europeias e norte-africanas, procura financiamento tanto público como privado. Ainda não existe uma parceria concreta. Portanto, ainda é incerta a contribuição de investidores privados e se poderá haver financiamento, por exemplo, do Banco Mundial ou do banco alemão de fomento KfW.

Klaus Töpfer afirma, no entanto, que é certo que a conta não poderá será paga apenas pelos consumidores europeus. Afinal, o Desertec não é um empreendimento puramente europeu: "É um projeto na África e especialmente para a África, que será refinanciado por meio da exportação de energia para a Europa. O projeto depende da aceitação local e da possibilidade de ser oferecida energia acessível
à população da área".

Autora: Sabine Kinkartz (np)
Revisão: Roselaine Wandscheer

Reforma energética de edifícios pode criar 100 mil empregos




Fonte: El Mundo - 03.03.2011
Espanha - A reforma energética dos edifícios através de um melhor isolamento, do uso de energias renováveis e da utilização de equipamentos mais eficientes poderia gerar até 100 mil empregos estáveis até 2020. Isto é o que conclui o estudo "Geração de empregos na reforma energética dos edifícios e das residências", elaborado pela ISTAS-CCOO em parceria com a Universidade Politécnica de Madrid. Segundo o estudo, para alcançar esse objetivo seria necessário um plano de estímulo às reformas para que as barreiras existentes pudessem ser superadas. Entre os principais desafios estão a regulamentação insuficiente, a falta de estímulos fiscais e a lentidão para adaptação da legislação europeia.

As reformas permitiriam a redução dos gases do efeito estufa e representariam uma economia de energia significativa. Calcula-se que o plano, com duração de 30 anos, poderia economizar cerca de 600 milhões de barris de petróleo de energia final e 300 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Desta forma, representa um enorme potencial que permitiria a redução proporcional da dependência energética espanhola e dos custos vinculados aos compromissos adquiridos a nível europeu e internacional de redução de emissões de gases do efeito estufa.

As construções na Espanha são relativamente jovens e pouco eficientes do ponto de vista energético, com mais de 25 milhões de residências. Um terço dessas casas estão vazias ou são visitadas pouco por seus proprietários. Isto garante a possibilidade de reformar 565 mil casas por ano, de modo que, até 2040, 58% dos prédios estejam reformados. O lançamento dessas medidas exigiria um investimento de 12,5 bilhões de euros por ano, a partir de 2020. Essa aposta, segundo o estudo, "vale a pena" porque os países que priorizarem a eficiência energética no presente serão líderes tecnológicos no futuro. Segundo o CCOO, deveria ser desenvolvida uma normativa específica para definir a certificação energética para os edifícios existentes, um sistema de inspeção técnica energética dos prédios, um de financiamento e objetivos de reforma obrigatórios, acompanhados por programas de subsídios. Além disso, são necessárias medidas fiscais e de apoio às energias renováveis, com foco nas instalações térmicas dos edifícios.

Riego de la Vega investe no Plano E de eficiência energética




Fonte: El Mundo - 02.03.2011
Espanha - O subdelegado do governo, Francisco Álvarez, realizou uma visita institucional ao município de Riego de la Vega, dirigido por Miguel Ángel Martínez del Rio. No encontro, foi analisado o investimento de mais de 105 mil euros realizado pela prefeitura em eficiência energética, com verbas do Fundo Estatal para o Emprego e a Sustentabilidade Local. A província de León recebeu mais de 47 milhões de euros para financiar projetos de investimento e gastos sociais. O Fundo representa 87,33% do total do financiamento aprovado para León, que ultrapassa os 54.075.297 euros.

O subdelegado aproveitou sua visita à região para conhecer as novas instalações da fábrica Aperitivos Gus, completamente destruída após o incêncio registrado em 2009, e reconstruída com as linhas de financiamento oferecidas pelo Instituto de Crédito Oficial. O prefeito de Riego de la Vega explicou algumas das ações realizadas como parte do Plano E. Algumas delas são relacionadas à eficiência energética da Casa Consistorial, à eficiência da estação depuradora e à implantação de sistemas de economia de energia na iluminação pública.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Gestão Energética Municipal

Município espanhol de Gijón aplica medidas de economia de energia antecipadamente


Fonte: El Comércio Digital - 02.03.2011
Espanha - A prefeita de Gijón, Paz Fernández Felgueroso, destacou que a prefeitura está aplicando medidas de economia de energia, antecipando-se ao plano de governo, substituindo o sistema de iluminação e a configuração de suas horas de funcionamento e a potencialização de ciclovias. Felgueroso explicou que, no ano passado, foram trocadas, em ação financiada pelo Fundo Estatal de Investimento Local, 6.500 pontos de iluminação em 200 ruas, o que representou uma economia de mais de 330 mil euros e a redução de 600 toneladas de dióxido de carbono em emissões na atmosfera. Mesmo assim, decidiu limitar o horário de iluminação e apagar as luzes dos edifícios públicos a partir de meia-noite.

Ela destacou que Gijón dispõe apenas de três carros oficiais e quase não os utiliza porque costuma caminhar até o trabalho. A prefeita apoiou a promoção dos carros elétricos como medida de economia, mas reconheceu que os preços precisam baixar e a duração da bateria, assim como o tempo de recarga, precisa ser otimizada.

Com nuvens, Cristo Redentor ganha nova iluminação no aniversário do Rio




Fonte: G1 - 02.03.2011
Rio de Janeiro - Cerca de 300 refletores de LED de última geração dão mais brilho à estátua. Sistema permite ainda melhor flexibilidade no gerenciamento da luz.

No aniversário de 446 anos da Cidade Maravilhosa comemorado na última terça-feira, 1º de março, o Cristo Redentor, cartão postal do carioca, ganhou uma nova iluminação no ano em que faz 80 anos. Apesar do mau tempo, as novas luzes do monumento que foram acionadas por um celular puderam ser vistas entre as nuvens.

A cerimônia realizada no Palácio Laranjeiras, Zona Sul do Rio, contou com a presença do governador Sérgio Cabral, do prefeito Eduardo Paes e do Arcebispo do Rio Dom Orani Tempesta, entre outros convidados.

“É maravilhoso poder comemorar essa data com uma nova iluminação. É uma alegria e uma festa. Já providenciei que as nuvens se afastem”, brincou Paes.

Cerca de 300 refletores de LED de última geração dão mais brilho à estátua, com um consumo de energia bem menor - e com a possibilidade de criar diferentes efeitos e cores.

O sistema permite ainda melhor flexibilidade no gerenciamento da luz. Cada projetor pode ser controlado de forma individual, com relação às cores e à intensidade, permitindo a criação de várias cenas de luz.

Como o Cristo Redentor faz aniversário em 12 de outubro, haverá uma programação extensa até a data, incluindo eventos religiosos, esportivos, gastronômicos, de moda, musicais e de fotografias para homenagear o monumento.

Durante a cerimônia, também será anunciado o cronograma das comemorações pelos 80 anos do símbolo, considerado uma das sete maravilhas do mundo moderno.

Aniversário com bolo de 10 metros

Um bolo de 10 metros de comprimento foi montado na Rua da Carioca, no Centro do Rio, em comemoração ao aniversário de 446 anos da cidade. A fila ao redor do bolo começou cedo. A rua foi fechada para a apresentação de uma banda. Lá, cariocas e visitantes comemoraram e declararam o amor à capital fluminense.