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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Hotéis Sustentáveis: tendência para a Copa do Mundo de 2014




Dayanne Jadjiski, para o Procel Info
 
Destinado à modernização do parque hoteleiro brasileiro por meio da construção, reforma e ampliação de estabelecimentos, programa do BNDES incentiva empreendimentos a buscarem eficiência energética

Muito se tem falado que a Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no Brasil, será voltada à sustentabilidade. Uma das áreas prioritárias de infraestrutura para as cidades-sede da Copa é a hotelaria. Para preparar a rede hoteleira do país para o aumento de demanda ocasionado pela Copa, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) instituiu o BNDES ProCopa Turismo. O programa é destinado à modernização do parque hoteleiro brasileiro, por meio da construção, reforma e ampliação de estabelecimentos. Além disso, oferece condições mais favoráveis aos projetos que levem em conta a preocupação com a eficiência energética e a sustentabilidade ambiental.

De acordo com o BNDES, o programa ProCopa Turismo tem dotação orçamentária inicial de R$ 1 bilhão, mas o valor pode ser aumentado, caso a demanda do setor vá além desse limite. O prazo para o financiamento pode chegar a 18 anos. "São prazos que estão entre os maiores praticados pelo BNDES, quase iguais aos que o banco destina a empreendimentos de longa maturação e intensivos em capital, como energia elétrica e infraestrutura logística. As condições favoráveis demonstram a prioridade que o banco dedica à renovação do parque hoteleiro nacional", argumenta o BNDES.

O BNDES ProCopa Turismo é dividido em dois subprogramas: Hotel Sustentável e Eficiência Energética. O primeiro, segundo o banco, é voltado para hotéis que obtenham certificação no Sistema de Gestão da Sustentabilidade para Meios de Hospedagem; o segundo para empreendimentos que obtenham certificação de eficiência energética nível “A” dentro do Programa de Eficiência Energética nas Edificações (Procel Edifica). De acordo com a gerente da Divisão de Eficiência Energética em Edificações da Eletrobras, Solange Nogueira, com a etiqueta, os prazos de financiamento aos empreendimentos podem ser ampliados. "Os hotéis, cujo projeto e construção tenham a etiqueta A de edificações, receberão um diferencial de financiamento, terão prazo maior e juros menores", diz.

Segundo o arquiteto do Procel Edifica, Rodrigo Casella, a etiqueta avalia três subsistemas das construções: iluminação, ar condicionado e envoltória. Cada um desses itens tem um peso na formação de uma nota final. A etiqueta é concedida nas etapas de projeto e da obra concluída e varia de A até E, sendo a classificação A a mais eficiente. "O que o BNDES pede para o Procopa é que o empreendimento tenha classificação A na etiqueta geral do edifício construído. As melhores condições de financiamento do BNDES só começam a valer depois que o edifício está construído e classificado", disse o executivo, destacando que para cada um dos três itens o prédio recebe uma nota, mas o importante para o Banco é a avaliação geral. A etiqueta geral é resultado de uma avaliação que considera os três quesitos individuais e mais a possibilidade de uma bonificação.

"O cliente de hoje em dia e do futuro vai passar a considerar muito aqueles hotéis que tenham a preocupação com a sua performance, que tenham certificação relacionada ao consumo de energia e que sejam ambientalmente responsáveis", diz diretor da ABIH
Solange ressalta que neste projeto a etiqueta considerada pelo BNDES é a etiqueta final, de prédio construído. "Para que o empreendimento consiga A no final, precisa ter uma etiqueta A na fase de projeto e essa etiqueta é referendada no final da construção. Então, o processo não se dá apenas quando o edifício está pronto, mas em duas etapas", destaca. Além de novas construções, a etiqueta também pode ser concedida para retrofit. Segundo Solange, há uma necessidade de investimento muito grande do país na parte hoteleira e esta avaliação é um diferencial de mercado.

Não existem valores mínimos e máximos que os hotéis podem solicitar e o programa está aberto para empreendimentos em qualquer município brasileiro, de acordo com o banco. No entanto, as cidades-sede e as demais capitais poderão realizar operações diretamente com o BNDES em pedidos a partir de R$ 3 milhões. Para as outras cidades, o financiamento direto será em projetos a partir de R$ 10 milhões. Os projetos fora desses patamares serão classificados como operações indiretas, realizadas por meio de um agente financeiro intermediário. Atualmente, o programa tem em carteira, em diferentes fases de análise pelo banco, R$ 973,5 milhões em pedidos de financiamento de hotéis. Desse total, R$ 729,7 milhões referem-se a pedidos para construção de novos empreendimentos e R$ 243,8 milhões para reforma de hotéis já existentes.

Para o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Alexandre Sampaio, a preocupação com a sustentabilidade, seja por aspecto econômico, seja por conscientização socioempresarial, já é uma realidade dos nossos tempos. "Não se admite mais que o empreendedor já não tenha essa preocupação em adaptar o seu estabelecimento, que ele já não busque premissas que viabilizem ou caminhem em função da sustentabilidade", diz. De acordo com Sampaio, não existe um padrão para se calcular, de maneira sistemática, o peso da energia e água, por exemplo, nas contas de hotéis, porque o valor varia de acordo com o perfil e o tamanho da unidade, entre outras variáveis, mas pode chegar a uma economia genérica de quase 30%.

A preocupação com arquitetura inteligente vem aumentando ao longo dos anos. Segundo Sampaio, os proprietários de hotéis estão se preocupando não só com o aspecto estético, mas também com a situação físico-geográfica do empreendimento. "O cliente de hoje em dia e do futuro vai passar a considerar muito aqueles hotéis que tenham a preocupação com a sua performance, que tenham certificação relacionada ao consumo de energia e que sejam ambientalmente responsáveis", acredita.

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