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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Risco de Apagão no Rio é afastado
Temperatura amena livra Rio de risco de apagão
Fonte: IG Notícias - 23.12.2010
Rio de Janeiro - A temperatura mais amena reduziu o ritmo de consumo de energia nas regiões Sudeste e Sul do país em novembro, em relação ao mesmo período do ano passado. O clima livrou o Rio do risco de interrupções de energia, que viraram rotina durante os meses de calor intenso. A onda de apagões que o estado sofreu nos últimos meses de 2009 e início de 2010 não está se repetindo neste fim de ano, pelo menos por enquanto.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda por eletricidade nas residências do estado do Rio recuou 7,2% em novembro em relação ao mesmo período do ano passado. No mês, a temperatura recuou nada mais nada menos que quatro graus, para 25,4 ºC. No início de dezembro, porém, um problema em uma subestação de Furnas provocou um apagão na cidade. Se o calor e o consumo voltarem a crescer intensamente, segundo os especialistas, as interrupções de energia poderão ocorrer novamente.
A taxa de crescimento do consumo residencial no Sudeste, que já estava abaixo da média nacional em outubro, desacelerou de 3,1% para 2% em novembro. No Sul, também influenciado pelo clima, o consumo residencial recuou 1%. Em compensação, a indústria utilizou mais eletricidade nas duas regiões - 7,1% no Sudeste e 6% no Sul. Nas regiões Norte e Nordeste, onde a temperatura não recuou, acontece o contrário, com expansão acelerada do consumo das famílias.
Além da temperatura amena, investimentos realizados pelas distribuidoras em manutenção e modernização da rede podem estar ajudando a reduzir a duração e a frequência das interrupções de energia no estado do Rio este ano, segundo especialistas e as empresas. Mas especialistas alertam que o investimento precisa ser maior, principalmente na rede subterrânea da Light.
Nos três últimos anos, consumidores da área de atuação da Light amargaram piora nos indicadores que medem os apagões. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a duração dos apagões era de 9 horas em 2007, passando para 11 horas em 2008 e 14 horas em 2009. Foram inúmeras as interrupções no fornecimento de energia durante o último verão, deixando milhares de residências e estabelecimentos comerciais sem luz. Os apagões extrapolaram os limites estabelecidos pela reguladora, tanto na área da Light como na da Ampla, as duas concessioinárias responsáveis pela distribuição da energia no Rio.
Na área de concessão da Ampla, que também abrange parte da região metropolitana do estado, a duração dos apagões também piorou consideravelmente no último verão, impactada não só pelo aumento do consumo - em decorrência das elevadas temperaturas - mas também por causa de tempestades atípicas que provocaram tragédias em Niterói e Angra dos Reis - ambas sob cobertura da empresa espanhola. O total de raios que caíram na área da Ampla dobrou no período, conforme lembra o diretor de Relações Institucionais da companhia, André Moragas.
O executivo da Ampla relata que nestes últimos meses de 2010 houve redução de até metade da incidência de apagões na região, mas os números ainda são preliminares. Ele admite que a temperatura menor ajudou na melhoria dos indicadores, mas também atribui o feito aos investimentos de R$ 102 milhões em qualidade de serviços, como a instalação de religadores automáticos de energia, podas de árvores e aterramento de trechos da rede. O fornecimento da distribuidora que fornece para Niterói, São Gonçalo, Região dos Lagos e cidades no Sul do estado, entre outros municípios, recuou 4,47% em novembro em relação ao mesmo mês do ano passado, com a temperatura menor. Em novembro de 2009 em relação ao de 2008, a demanda havia crescido 16,7%.
"Isso (consumo menor) ajuda porque, por mais que tenhamos folga na capacidade instalada da rede, não estressa alguns pontos da rede", afirmou Moragas ao iG.
A Light informa que investiu R$ 32 milhões em melhoria da rede subterrânea em 2010 - R$ 20 milhões a mais do que o aplicado em 2009. Já em manutenção, os recursos chegam a R$ 10 milhões este ano. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, avalia que a rede do Rio é antiga e precisa de mais manutenção. Mas defende também que a distribuidora invista em técnicas para redução do consumo. "Não dá para sair furando a cidade toda, parando o Rio como se fosse para fazer metrô. Tem que haver ação conjunta das distribuidoras e do governo para mais cogeração nos estabelecimentos comerciais (produção própria) para não sobrecarregar a rede, que não aguenta aumento muito forte no consumo", opinou o especialista.
Procurada pelo iG, Furnas informa que está investindo no Rio em aumento de capacidade e qualidade nas subestações e linhas de transmissão, pelas quais a energia gerada por hidrelétricas e outras usinas é repassada à rede das distribuidoras. A empresa ampliou a capacidade da subestação de Jacarepaguá, recuperou a subestação de Santa Cruz, está aumentando a segurança de 19 trechos de linhas de transmissão com a troca de equipamentos eletromecânicos por digitais. A subsidiária da Eletrobras também está construindo a Hidrelétrica de Suplício, no Rio Paraíba do Sul, na divisa entre Minas Gerais e Rio de Janeiro.
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