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quinta-feira, 11 de março de 2010

Universidades investem em eficiência energética



Iluminação e climatização são algumas das áreas em que USP e Unicamp têm atuado e conseguido resultados significativos em termos de eficientização
Dayanne Jadjiski, para o Procel Info

Prédio da USP: uma lição de eficiência
energética
Para economizar energia, as universidades vêm investindo em programas de eficiência energética nos seus campi. É o caso, por exemplo, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Iluminação e climatização são algumas das áreas em que os centros universitários atuam e, por meio de medidas eficientes, vêm conseguindo resultados significativos na redução do consumo energético.

Criado em maio de 1997, o PURE (Programa para Uso Eficiente de Energia), da USP, implanta ações de economia de energia e conscientiza a comunidade universitária sobre a importância da eficiência energética e a necessidade do uso sustentável dos recursos naturais. A universidade trabalha em três vertentes: administrativa, que aborda gestão de faturas e contratos; tecnológica, que incentiva a troca de equipamentos pouco eficientes por modelos econômicos; e comportamental, que visa a conscientizar os membros da universidade, como funcionários e alunos.

Neste ano, a USP focará no pessoal terceirizado. De acordo com o coordenador do PURE, Marco Antônio Saidel, serão realizadas palestras a partir de abril para incentivar a eficiência energética. "Nós fizemos um jogo lúdico sobre dois personagens, o Apagão, que é o perdulário, e a Nega Watt, que é a politicamente correta. Vamos distribuir o material nas palestras e mostrar aos vigias dos edifícios e funcionários que cuidam da limpeza como a gente pode usar melhor a energia. Queremos incluir também os zeladores dos edifícios porque eles podem ajudar a implantar medidas eficientes", conta.

Saidel lembra ainda que os funcionários da área administrativa também já foram o público-alvo das palestras, que buscavam mostrar, entre outros conselhos, a importância de adquirir equipamentos mais eficientes. A universidade também já realizou um curso de reciclagem com os eletricistas para que pudessem entender o conceito de eficiência energética e utilizar os conselhos com os responsáveis pela manutenção dos ar condicionados.

Desde que o PURE foi criado, em 1997, a USP já economizou, segundo Saidel, cerca de R$ 80 milhões. Com o programa, a universidade gasta anualmente cerca de R$ 300 mil e também utiliza recursos provenientes das distribuidoras de energia. "Acho que já investimos, com o dinheiro das concessionárias, cerca de R$ 2 milhões na troca de equipamentos", estima o coordenador.
A Unicamp já substituiu mais de 18.500 conjuntos luminotécnicos e planeja a troca em mais 6.000 atendendo a todo o campus Campinas. As medidas de eficiência começaram a ser implantadas desde o racionamento de 2001

A economia de energia, no entanto, é difícil de ser mensurada. Ainda de acordo com Saidel, as universidades públicas, principalmente, têm enfrentado um crescimento muito grande no Brasil. Cursos noturnos estão sendo abertos e novas unidades estão sendo criadas devido à movimentação intensa da economia. "Usamos como parâmetro nosso slogan "vamos crescer sem aumentar o consumo de energia" e é isso que tem acontecido. Se observarmos o horizonte de cinco anos para trás, embora a gente tenha aumentado o custo, nosso consumo se mantém. Posso dizer que hoje estamos gastando a mesma coisa para produzir mais", explica.

Climatização, iluminação e funcionamento de equipamentos são as principais áreas de atuação da Unicamp. De acordo com o engenheiro e diretor de divisão de Sistemas da Unicamp, Vicente Vale, além da substituição de equipamentos antigos com baixo rendimento e grande consumo por outros com melhor custo benefício, a universidade também realiza intervenções no controle de temperatura dos ambientes. "Temos procurado implantar centrais de climatização em novos empreendimentos. Utilizamos também equipamentos específicos que atuam na transferência do horário de seu funcionamento evitando suas operações em horários de ponta", explica.

A Unicamp já substituiu mais de 18.500 conjuntos luminotécnicos e planeja a troca em mais 6.000 atendendo a todo o campus Campinas, ainda segundo Vale. As medidas de eficiência começaram a ser implantadas desde o racionamento de 2001, aproveitando os programas de eficiência energética das concessionárias. A universidade contou inicialmente com consultoria para diagnósticos de economia de energia. Com as medidas adotadas, a Unicamp já economizou nos últimos anos, em média, R$ 800 mil.

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