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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

20 milhões de Empregos Verdes no Mundo



Aos novos técnicos e especilistas, não faltarão oportunidades em desenvolvimento sustentável.

Estudo prevê geração de 20 milhões de empregos 'verdes' no mundo até 2030
Fonte: O Globo Online

Brasil - O rápido crescimento do interesse por energias alternativas terá um impacto significativo na criação de empregos "verdes" no mundo nos próximos anos. O estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) "Empregos Verdes no Brasil: quantos são? Onde estão? Como evoluirão nos próximos anos?", apresentado nesta quarta-feira na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social (CDES), mais conhecido como Conselhão, prevê a geração de pelo menos 20 milhões de novos postos no mundo até 2030 - 12 milhões apenas na indústria de bioenergia, em que o Brasil é um dos destaques.

O resultado econômico dessas mudanças será um mercado global de serviços e produtos "verdes" de cerca de US$ 2,74 bilhões em 2020. No Brasil, houve um crescimento relativamente pequeno, porém constante, da oferta de emprego nas atividades que contribuem para a redução das emissões de carbono ou para a melhoria/preservação da qualidade ambiental. As taxas de crescimento do número de postos de trabalho oferecidas por essas atividades têm se mantido acima das taxas de crescimento do emprego formal em toda a economia.

A consequência disso acaba sendo um ligeiro aumento ano a ano da participação dos empregos "verdes" no total de empregos formais mantidos no nosso mercado de trabalho. A quantidade de empregos "verdes" tende a crescer e deve implicar um aumento adicional da oferta de emprego no país nos próximos anos. O crescimento da oferta de empregos "verdes" na economia brasileira será ainda maior à medida que os setores intensivos em energia e recursos ambientais forem se "esverdeando", ou seja, forem introduzindo tecnologia ambientalmente sustentáveis nos seus processos de produção.

É possível que aí ocorra uma certa substituição de algumas ocupações atualmente existentes por outras mais adequadas aos novos padrões de produção. As taxas de crescimento dos empregos verdes e do total de empregos formais nos anos de 2007 (1,37%) e 2008 (1,89%). Para alguns analistas, as estimativas de crescimento do PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2009 - que estão por volta de 6 % - sinalizam que o país já superou definitivamente a crise econômica.

O volume dos investimentos na nossa economia indica que estamos dando início a um novo ciclo de crescimento. Resta saber, entretanto, quais as atividades econômicas que deverão impulsionar este novo ciclo, bem como quais serão os seus possíveis impactos sobre o mercado de trabalho e o meio ambiente.

Tecnologias Limpas dá Lucro


Investir em tecnologias limpas é lucrativo
Fonte: Agrosoft
Brasil - A construção de uma indústria forte em tecnologias limpas pode transformar um país em liderança mundial. Já é possível observar o pioneirismo de alguns países neste aspecto, como é o caso da Dinamarca, com a energia eólica, e do Brasil, com o biocombustível, que já lideram o conhecimento sobre essas tecnologias sustentáveis, além da Alemanha, que já vem desenvolvendo com sucesso iniciativas para a produção de energia eólica e solar.

O relatório da Rede WWF prevê que os ganhos das indústrias que desenvolvem essas tecnologias devem movimentar 1.600 bilhões de euros em 2020, atrás apenas da indústria de produtos eletrônicos e automóveis, ocupando o terceiro lugar no ranking industrial. Para se ter uma ideia comparativa, já em 2007, as tecnologias de energia limpa movimentaram 630 bilhões de euros, mais que a indústria farmacêutica.

A receita das vendas de produtos de eficiência energética em 2007 foi mais de cinco vezes a receita dos produtos de energia renovável. Porém, isso deve se alterar significativamente em 2020, com a taxa de crescimento das energias renováveis em 15% ao ano, que representa três vezes mais do que os ainda respeitáveis 5% das vendas de produtos e processos ligados à eficiência energética.

"Avaliando estes dados, chega-se à conclusão óbvia de que os governos e a iniciativa privada devem investir em tecnologias limpas – com subsídios e recursos diretos, respectivamente. Primeiro porque se trata da segurança energética do planeta. Segundo porque é lá, na energia limpa, onde estará o dinheiro. Claramente, a partir de uma perspectiva nacional, há muito a ganhar e nada a perder ao investir em energia limpa", analisa Denise Hamú, secretária geral do WWF-Brasil.

Os bancos centrais podem ajudar, incentivando a inclusão do risco carbono no modelo financeiro. O acesso ao capital de risco também tem sido um fator para o sucesso da energia limpa nos países, que já estão buscando a liderança no desenvolvimento desse tipo de tecnologia. O relatório sublinha, também, a importância de se desenvolver um forte mercado interno para essas tecnologias. Isso permite às empresas experimentar, ganhar experiência e rapidez ao percorrer a curva de aprendizado, dando-lhes uma vantagem competitiva e dotando-as de referências e exemplos de projetos.

Os governos podem apoiar tais mercados domésticos com subsídios, energias renováveis, metas e políticas de contratos. Isso poderia beneficiar muitos países, como o grupo da União Europeia, que se classificou em 18º lugar no ranking do PIB, atrás da Alemanha, mesmo em termos absolutos, e do Reino Unido, que ficou com a 19° posição. Ilustrando as oportunidades perdidas, a Austrália, que desperdiçou uma vantagem inicial de seus técnicos em energia solar, está classificada em 28°. A China é o quarto país classificado em termos de vendas absolutas e sexto em vendas relativas ao seu PIB.

Para o WWF-Brasil, renunciar a estas oportunidades por causa do velho hábito de se utilizar combustíveis fósseis poluentes, em razão das fortes pressões do lobby da indústria tradicional é uma demonstração de que se está agindo contra os interesses mundiais.

Estádio na Bahia com Energia Solar


Primeiro estádio solar do Brasil será na Bahia
Fonte: Instituto Ideal - 15.12.2009
Bahia - O Grupo Neoenergia, por meio da Coelba, vai transformar o Estádio Metropolitano de Pituaçu, localizado em Salvador (BA), no primeiro da América Latina com suprimento de energia solar fotovoltaico. O projeto será viabilizado pelo Programa de Eficiência Energética da distribuidora de energia elétrica, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Também contará com apoio do Governo da Bahia. São parceiros do Grupo Neoenergia no empreendimento a Agência Alemã de Cooperação GTZ e o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (IDEAL). A meta é iniciar imediatamente os projetos necessários para a instalação do sistema de geração solar fotovoltaica, que será integrada à cobertura do edifício, visando à geração própria de energia elétrica.

A energia excedente será injetada diretamente na rede elétrica da concessionária, que também abastecerá as instalações quando a energia solar captada não for suficiente para atender ao estádio. Será usada a tecnologia de painéis revestidos com filmes finos de silício amorfo, uso ainda inédito no Brasil. No projeto é previsto ainda avaliar os impactos da injeção de blocos de energia no alimentador que atende o estádio, sendo essa avaliação interessante para o setor elétrico, uma vez que, em um futuro próximo, a energia solar fotovoltaica deve integrar a matriz energética brasileira.

O Laboratório de Energia Solar da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) desenvolverá o projeto, com apoio técnico no Brasil da GTZ. O projeto prevê a aquisição dos equipamentos, instalação, operação e acompanhamento por dois anos do desempenho do gerador solar fotovoltaico de potencia nominal de 400 kWp. Orçado em R$ 5,5 milhões, será arcado pela Coelba (52%) e pelo Governo da Bahia (48%). Após a instalação o estádio venderá a energia excedente a uma comercializadora de energia ou usará essa energia em prédios do Centro Administrativo da Bahia que estão no mesmo alimentador, como os prédios da Secretaria da Fazenda ou a Fundação Luis Eduardo Magalhães.

A conta de energia do estádio será paga à Coelba com a renda obtida com a venda ou compensação da energia gerada. Segundo o presidente da Neoenergia, Marcelo Corrêa, o projeto pretende alcançar uma economia de 320 KW de demanda e 480 MWh de energia, já que a energia gerada pelo sol será injetada no sistema da distribuidora. "Essa tecnologia já é utilizada em alguns estádios no mundo, como Badenova Stadium, de Freiburg, na Alemanha, e o Stade de Suissse Wandkdorf National, em Berna, na Suíça", afirmou Corrêa. A tecnologia utilizada deverá ser demonstrada ao público, sendo disponibilizado no estádio um local para explicação e visitação do novo sistema, como acontece em estádios europeus que têm sistemas semelhantes.

Energia Geotermica na Espanha


Novo sistema ecológico permitirá economizar 50% de energia em colégio na Espanha
Fonte: Horta
Espanha - Os alunos da Escola Pública Juan XXIII, em Torrent, na Espanha, serão os primeiros a desfrutar de aulas climatizadas, com um novo sistema ecológico que aproveitará o calor do sol armazenado no solo para climatizar as aulas do centro escolar, situado no bairro de Xenillet. A prefeitura se encarregou de uma auditoria energética no colégio para poder instalar o sistema de energia geotérmica e que nasce como experiência piloto para poder implantá-lo em outras escolas públicas da cidade, já que o Juan XXIII será o primeiro a utilizar o sistema de energia renovável.

O sistema, conhecido como energia geotérmica, consiste em uma energia limpa e renovável, e entre suas principais vantagens se destaca a economia média de 50% na fatura de eletricidade, e a redução das emissões de dióxido de carbono, também em torno de 50%, porque utiliza a energia natural do sol e do solo. Além de tudo, o sistema é totalmente silencioso e representa redução dos custos de manutenção e aumento de mais de 10 anos à sua vida útil. A partir do ponto de vista sanitário, este sistema também elimina o risco de transmissão de legionela, porque não tem torres de refrigeração e pode ser utilizado 24 horas por dia, independentemente das condições climáticas.

A climatização geotérmica cede ou extrai calor da terra, para refrigerar ou aquecer, por meio de um conjunto de tubos enterrados no subsolo pelos quais circula água. Para refrigerar o colégio, o sistema geotérmico transmite o calor excedente do interior da edificação para o subsolo, de maneira que o calor do prédio é passado para o solo. A troca de calor é possível com a bomba de calor geotérmica e com o dispositivo de trocas enterrado. Os tubos no sistema vertical de energia geotérmica estão de 50 a 150 metros de profundidade no solo, de onde retiram calor no inverno.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Papel de Parede Emissor de Luz



Essa tecnologia promete muito.


"Papel de parede emissor de luz" poderia substituir lâmpadas
Fonte: BBC News
Reino Unido - Uma companhia galesa espera que o novo "papel de parede emissor de luz" possa substituir as lâmpadas convencionais no futuro. A Lomox Ltd desenvolveu a tecnologia, que usa uma corrente elétrica para estimular o processo químico que produz a luz. Os diodos orgânicos emissores de luz (OLEDs, na sigla em inglês) podem ser revestidos em um filme fino e flexível para cobrir paredes, como papel de parede. A companhia recebeu 454 mil em subsídios da Carbon Trust para ajudar a implantar o papel de parede em casas e empresas até 2012. Estima-se que a tecnologia ajude a reduzir as emissões de carbono da iluminação nos próximos anos.

A companhia disse que o OLED também pode ser utilizado para televisores de tela plana, computadores e telas de celulares. E por necessitar de uma voltagem de operação muito baixa - de apenas três volts -, pode ser energizado por painéis solares ou baterias, e pode ser utilizado do lado de fora para iluminar sinais de trânsito e obstáculos, sem a necessidade de eletricidade. De acordo com Ken Lacey, executivo chefe da Lomox Ltd, que está tentando levar a tecnologia para o mercado, a companhia espera disponibilizar os OLEDs para produtores de tela e iluminação até 2012, principalmente em aplicações externas. Para cumprir os padrões rigorosos da União Europeia para iluminação, foi necessário desenvolver luz de baixa emissão de carbono, segundo ele.

A tecnologia deve ser 2,5 vezes mais eficiente que as lâmpadas que economizam energia, e também poderia ser utilizada para reduzir o consumo da energia nas telas de televisores. Os LEDs orgânicos já existem há algum tempo mas não têm sido desenvolvidos por causa dos custos envolvidos e das preocupações com a vida útil operacional dos sistemas. Mas Lacey disse que sua empresa desenvolveu processos químicos que, eles acreditam, podem superar esses problemas e permitir que dispositivos de baixo consumo de energia sejam desenvolvidos para substituir a tecnologia existente. Segundo ele, a tecnologia poderia ser utilizada para fazer telas flexíveis que poderiam ser enroladas depois do uso, ou levadas para uma apresentação, e também poderia oferecer uma alternativa efetiva às luzes tradicionais para iluminação externa.

Medidor de Energia Eletrica


Estudantes criam aparelho que mede consumo de energia elétrica
Fonte: EPTV - 03.01.2010

Minas Gerais - Alunos de engenharia elétrica do Instituto Nacional de Tecnologia (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, desenvolveram um aparelho que mede o consumo de energia elétrica. O relógio digital monitora em tempo real o quanto foi gasto e também mostra o valor consumido em dinheiro.

O medidor de energia inteligente pode ser usado em toda a casa, em apenas um dos cômodos ou medir o consumo de um único aparelho, como o chuveiro. O equipamento também é capaz de programar uma meta de economia. “Basta apenas configurar o valor desejado no mês e quando chegar a 70% do escolhido uma luz vermelha vai acender indicando que a pessoa precisa economizar”, diz o estudante Denio Ferreira Vilela de Lima, um dos estudantes que desenvolveu o aparelho.

Por enquanto, o medidor ainda passa por testes. Os inventores querem diminuir o tamanho do aparelho e o custo, que hoje gira em torno de R$ 200. Uma empresa de Santa Rita do Sapucaí deve comercializar o produto a partir de abril do ano que vem. O aparelho vai ser vendido para o consumidor por um preço que deve ficar entre R$ 120 e R$ 150.

Telhado Verde em São Caetano




São Caetano pode tornar telhado verde obrigatório
Fonte: Repórter Diário - 07.01.2010
São Paulo - Um projeto de lei do vereador Edgar Nóbrega (PT) pode tornar obrigatória a instalação de telhados verdes em imóveis comerciais e residenciais de São Caetano (SP). A matéria propõe também a adoção de calçadas ecológicas em diversos pontos da cidade.

Conhecidos como telhados ecológicos ou sustentáveis, os telhados verdes são estruturas adaptadas para receber uma cobertura de gramado ou outros tipos de plantas em lajes e coberturas de casas e edifícios. Entre suas funções está o isolamento térmico e acústico da edificação, mantendo o ambiente sempre fresco, além de ajudar a manter a umidade relativa do ar no entorno do prédio e criar um micro-ecossistema.

Já as calçadas ecológicas são revestimentos permeáveis, que permitem que a água infiltre através dela - o que não ocorre com as calçadas convencionais. Deste modo, em vez de a água ser direcionada às bocas de lobo para, em seguida chegar aos rios, elas penetram na terra e chegam até os lençóis freáticos, auxiliando na diminuição das enchentes.

"Estas ações já têm sido adotadas em diversos pontos do Brasil e do mundo. São Caetano está se adensando demais e as pessoas temem perder a qualidade de vida. Os prédios, que olhando de baixo são bonitos, de cima são totalmente cinzas. Queremos que a cidade tenha mais plantas e árvores em todos os lugares possíveis, e por que não em cima dos prédios?", questiona Nóbrega. "Este é um projeto completamente viável, além de uma ótima oportunidade para São Caetano dar mais um exemplo para outras cidades do Brasil", completa.

Segundo o texto do petista, que ainda não tem data para entrar em discussão e votação no Legislativo, a cidade terá de formar um comitê técnico, composto por representantes da administração municipal, entidades empresariais e organizações ligadas ao desenvolvimento urbano e ao meio ambiente, que será responsável por formular diretrizes e marcos regulatórios.

Os projetos de condomínios edificados, residenciais ou não, com mais de três unidades agrupadas verticalmente, protocolizados na prefeitura a partir da data da assinatura da lei (caso aprovada) para aprovação a partir da data de promulgação da lei, deverão prever a construção do Telhado Verde.

Para aumentar a adoção das medidas ecológicas, a prefeitura poderá criar parcerias e incentivos fiscais ou financeiros. "A calçada ecológica tem sido adotada por muitas prefeituras porque favorece a infiltração da água, o que acaba ajudando a evitar enchentes. A ideia do telhado verde também é interessante, mas ainda precisamos fazer estudos sobre o tema, pois, apesar de ser algo interessante de ser adotado na cidade, é uma prática ainda um pouco cara", afirma o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de São Caetano, Osvaldo Aparecido Ceoldo. O valor médio de instalação do metro quadrado do telhado verde é de R$ 100.

A hora e a vez da Economia Verde



A hora e a vez da economia verde
Fonte: Correio Braziliense - 07.01.2010

Brasil - O meio ambiente entrou de vez na agenda mundial. Tema obrigatório no planejamento de dirigentes de empresas e em discursos das autoridades, o cuidado com a natureza subiu de status graças à pressão popular dos últimos anos e às mudanças climáticas visíveis no planeta. A questão que se coloca para o presidente que assumirá o país em 2011 e para a sociedade é como conciliar a necessidade de crescimento econômico com a preservação e como produzir mais e criar postos de trabalho com a exigência de conservar os recursos naturais.

Para o professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Cláudio Boechat, a questão não é como. "Na verdade, vamos ter crescimento econômico por causa da preservação ambiental", disse ele, que faz parte do Centro de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da FDC. "O que vamos ver daqui para frente é a expansão de toda uma indústria voltada para a produção de energia limpa."

É o caso, por exemplo, da produção de álcool. "Os investidores, ao mesmo tempo que preservam, sequestram carbono, poluem menos, também desenvolvem seus negócios, criam empregos e geram renda", explicou ele. Outro exemplo são as células solares para aquecedores ou para painéis. "Há uma demanda crescente por esse tipo de produto. Portanto, teremos que ter indústria produzindo esse tipo de equipamento."

Novos perfis

Para responder a essa demanda, um novo perfil de profissionais precisará ser desenvolvido. "Tudo isso demanda investimentos", frisou o professor. Para o superintendente de Conservação para os Programas Regionais do WWF-Brasil, Cláudio Maretti, o mundo caminha inevitavelmente para a economia verde. "Qualquer atividade econômica gera externalidades, isto é, produz impactos socioambientais, que causam efeitos na macroeconomia", raciocinou ele. "O que estamos vendo agora no mundo é que a conta está voltando, via mudanças climáticas globais. E, se continuar no ritmo em que estamos, o custo dos sistemas de produção ficará cada vez mais caro. Então, para minimizar gastos, os empresários passarão a desenvolver atividades economicamente viáveis produzindo com o menor dano possível ao meio ambiente."

O superintendente do WWF-Brasil também não encara como um contrassenso a expansão econômica versus a conservação ambiental. "Esse é o espaço do desenvolvimento sustentável", disse ele, lembrando os estímulos que os países desenvolvidos, principais atingidos pela crise, estão dando para a indústria da energia renovável. "Estamos assistindo a uma mudança de paradigma muito grande, com banqueiros defendendo a conservação e cobrando taxas menores de quem tem projetos sustentáveis. Portanto, o crescimento vai se dar com a preservação do meio ambiente por exigência da própria sociedade."

As empresas estão cada vez mais preocupadas em transmitir a seus clientes que estão comprometidas com a preservação da natureza. Por isso, é cada vez mais frequente o surgimento de lojas "ecologicamente corretas". Um exemplo é o que vem fazendo a Leroy Merlin. Desde 2008, essa rede de lojas de material de construção, jardinagem e decoração usa sacolas plásticas oxibiodegradáveis, que levam, em média, 18 meses para se decompor no meio ambiente. Já as sacolas convencionais precisam de 100 anos para serem absorvidas pela natureza. Além disso, a rede estimula o uso das sacolas retornáveis.

Mais recentemente, a loja Leroy Merlin Niterói, a 19ª da rede, foi o primeiro estabelecimento do varejo brasileiro a receber o certificado Aqua (Alta Qualidade Ambiental), baseado na certificação francesa Démarche HQE e concedida pela Fundação Vanzolini, uma instituição independente. Os benefícios atendidos pelo empreendimento certificado são: qualidade de vida do usuário, economia de água, energia, disposição de resíduos e manutenção, além da contribuição para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental da região. Além de outros detalhes, essa loja usa energia solar captada por meio de painéis instalados no teto e capta água em coletores de chuva, que depois é usada na descarga dos banheiros, em limpeza da loja e para regar o jardim. Além disso, um econômetro informa, em tempo real, todas as economias feitas na loja.

Orgânicos

Pioneiro em programas de estímulo ao uso consciente de embalagens, o Grupo Pão de Açúcar já registra cerca de 1,2 milhão de unidades de sacolas retornáveis comercializadas, sendo 65% só em 2009. De acordo com o Pão de Açúcar, uma sacola retornável chega a substituir até oito sacolas plásticas. O programa foi lançado em 2005 e está disponível em todas as redes do Grupo - Extra, CompreBem, Sendas, ABC CompreBem e Assai. Além do estímulo ao uso de sacolas retornáveis, o grupo vem apostando em sacolas plásticas mais resistentes, que suportam seis quilos de produtos ante 4,5 quilos na versão anterior, reduzindo a necessidade de sacolas. Por fim, as sacolas podem ser reutilizadas e também recicladas, bastando entregar os plásticos em qualquer uma das 163 estações de reciclagem do grupo. Desde 2001, o programa arrecadou mais de 30,5 mil toneladas de materiais recicláveis.

O grupo também aposta nos produtos orgânicos. A rede Pão de Açúcar tem em seu portifólio mais de 600 itens orgânicos, sendo cerca de 200 entre frutas, verduras, legumes e processados, outros 250 de mercearia e mais 160 nas áreas de laticínios, congelados, carnes e padaria. Sem contar as outras redes do grupo. De acordo com a empresa, as vendas no segmento de orgânicos crescem cerca de 40% ao ano. Tanto que em 2006 o grupo lançou a marca Taeq Orgânico, que conta hoje com quase 400 itens, entre frutas, legumes, verduras e a linha de mercearia com azeite, geleias, mel e atomatados, entre outros.